segunda-feira, 7 de abril de 2014

O MELHOR DE A.W TOZER (Notas de Leitura)



  • O milagre do novo nascimento está sendo entendido como um processo mecânico e sem vida. Parece que o exercício da fé já não abala a estrutura moral do homem, nem modifica a sua velha natureza. É como se ele pudesse aceitar a Cristo sem que, em seu coração, surgisse um genuíno amor pelo Salvador. Contudo, o homem que não tem fome nem sede de Deus pode estar salvo? No entanto, é exatamente nesse sentido que ele é orientado: conformar-se com uma transformação apenas superficial.
  • Os cientistas modernos perderam Deus de vista, em meio às maravilhas da criação; nós, os crentes, corremos o perigo de perdermos Deus de vista em meio às maravilhas da Sua Palavra.
  • Encontrar-se com o Senhor, e mesmo assim continuar a buscá-lO, é o paradoxo da alma que ama a Deus.
  • Ë meu propósito instilar nos leitores um anseio mais profundo pela presença de Deus. É justamente a ausência desse anseio que nos tem conduzido a esse baixo nível espiritual que presenciamos em nossos dias. Uma vida cristã estagnada e infrutífera é resultado da ausência de uma sede maior de comunhão com Deus.
  • Cada época tem suas próprias características. Neste exato instante encontramo-nos em um período de grande complexidade religiosa. A simplicidade existente em Cristo raramente se acha entre nós. Em lugar disso, vêem-se apenas programas, métodos, organizações e um mundo de atividades animadas, que ocupam tempo e atenção, mas que jamais podem satisfazer à fome da alma. A superficialidade de nossas experiências íntimas, a forma vazia de nossa adoração, e aquela servil imitação do mundo, que caracterizam nossos métodos promocionais, tudo testifica que nós, em nossos dias, conhecemos a Deus apenas imperfeitamente, e que raramente experimentamos a Sua paz.
  • Devemos deixar de lado todo esforço para impressioná-lO e ir a Deus com a singeleza de coração da criança.
  • Não importa o que a Igreja e as outras religiões digam. Na realidade, o que precisamos é de Deus mesmo. O hábito condenável de buscar “a Deus e” é que nos impede de encontrar ao Senhor na plenitude de Sua revelação. É no conectivo “e” que reside toda a nossa dificuldade. Se omitíssemos esse “e”, em breve acharíamos o Senhor e nEle encontraríamos aquilo por que intimamente sempre anelamos.
  • O autor do estranho e antigo clássico inglês, The Cloud of Unknowing (A nuvem do desconhecimento), dá-nos instruções de como conseguir isso. Diz ele: “Eleve seu coração a Deus num impulso de amor; busque a Ele, e não Suas bênçãos. Daí por diante, rejeite qualquer pensamento que não esteja relacionado com Deus. E assim não faça nada com sua própria capacidade, nem segundo a sua vontade, mas somente de acordo com Deus. Para Deus, esse é o mais agradável exercício espiritual”.
  • A Palavra de Deus é viva e poderosa. No princípio Ele falou ao nada, e o nada se tornou em alguma coisa.
  • Deus soprou sobre o barro, e este se transformou em homem; Ele sopra sobre os homens, e estes se tornam barro. "Porque tu és pó e ao pó tornarás" (Gn 3:19) f
  • A tragédia é que nosso bem-estar eterno depende de ouvirmos, mas nós temos feito ouvidos moucos.
  • Estamos acostumados a pensar como cientistas e não como adoradores. Sentimo-nos mais inclinados a pensar do que a adorar. "Foi apenas um trovão!" exclamamos nós, e continuamos levando uma vida mundana. Contudo, a voz divina continua ecoando, chamando. A ordem e a vida do mundo dependem totalmente dessa voz, mas os homens estão por demais atarefados ou são teimosos demais para dar-lhe qualquer atenção.
  • A voz de Deus é amiga. Ninguém precisa temê-la, a menos que já tenha resolvido resistir a ela.
  • Quem quiser aplicar os ouvidos, ouvirá a todos dos céus. Estamos numa época em que os homens decididamente não aceitam exortações de bom grado, porquanto ouvir não faz parte do conceito popular da religião. E nisto, estamos fazendo exatamente o contrário do que devemos. As igrejas, de um modo geral, aceitam a grande heresia de que fazer barulho, ser grande e ativa torna-as mais preciosas para Deus. Mas não devemos desanimar, pois é a um povo atingido pela tormenta do último e maior de todos os conflitos que Deus diz: "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus." (Sl 46:10.) E ele ainda diz o mesmo hoje, como se quisesse informar-nos de que nossa força e segurança dependem não tanto de nossa agitação. mas de nosso silêncio e serenidade.
  • Penso que um novo mundo surgirá entre as nebulosidades religiosas, quando nos aproximarmos da Bíblia munidos da idéia de que se trata não somente de um livro que foi falado numa certa época, mas que ainda continua falando.
  • Somente o nosso desejo de prestígio é que nos faz querer parecer aos outros aquilo que não somos.
  • Contudo, há considerável verdade na idéia de que os avivamentos nascem depois da meia-noite, pois os avivamentos (ou quaisquer outros dons e graças espirituais) só vêm para os que os desejam com angustiosa intensidade. Pode-se dizer sem reserva que todo homem é tão santo e tão cheio de Espírito como o deseja. Ele não pode estar tão cheio como gostaria, mas com toda a certeza está tão cheio como deseja estar.
  • O cristão comum é tão frio e se mostra tão contente com a sua pobre condição, que não há nele nenhum vácuo de desejo no qual o bendito Espírito possa derramar-se em satisfatória plenitude.
  • Apesar de toda a boa vontade de Deus para conosco, Ele não pode atender aos desejos do nosso coração enquanto os nossos desejos não forem reduzidos a um só. Quando tivermos dominado as nossas ambições; quando tivermos esmagado o leão e a víbora da carne, e calcado o dragão do amor próprio sob os nossos pés, e nos considerarmos verdadeiramente mortos para o pecado, então, e só então, Deus poderá elevar-nos à novidade de vida e encher-nos do Seu bendito Espírito Santo.
  • O que pensamos quando estamos com liberdade para pensar sobre o que queremos ser — é isso que somos ou logo seremos.
  • O melhor meio de controlar os nossos pensamentos é oferecer a mente a Deus em completa submissão. O Espírito Santo a aceitará e assumirá o controle dela imediatamente. Depois será relativamente fácil pensar em coisas espirituais, especialmente se treinarmos o nosso pensamento mediante longos períodos de oração diária. Praticar longamente a arte da oração mental (isto é, falar com Deus interiormente, enquanto trabalhamos ou viajamos) ajudará a formar o hábito do pensamento santo.
  • Esta mania pelo sucesso é a preservação de uma coisa boa. O desejo de cumprir o propósito para o qual fomos criados é, por certo dom de Deus, mas o pecado retorceu este impulso e fez dele uma cobiça egoísta pelo primeiro lugar e pelas honras das altas posições. O mundo inteiro dos homens e arrastado por esta cobiça como por um demônio, e não há escape.
  • Ninguém merece sucesso enquanto não estiver disposto a fracassar. Ninguém é moralmente digno de sucesso nas atividades religiosas enquanto não quiser que a honra da vitória vá para outrem, se for esta a vontade de Deus.
  • Deus permitirá sucesso a Seu servo quando este aprender que o sucesso não o torna mais caro a Deus, nem mais valioso no esquema global das coisas. Não podemos comprovar o favor de Deus com grandes reuniões ou apresentando conversos ou com novos missionários enviados ou com a distribuição de Bíblias. Todas estas coisas podem ser realizadas sem o auxílio do Espírito Santo. Uma boa personalidade e um penetrante conhecimento da natureza humana é tudo que qualquer pessoa necessita para ser um sucesso nos círculos religiosos hoje.
  • A nossa grande honra está em sermos precisamente o que Jesus foi e é. Ser aceito pelos que O aceitam, rejeitado pelos que O rejeitam, amado pelos que O amam e odiado por todos os que O odeiam — que maior glória poderia advir a alguém?
  • Jamais devemos pensar em Deus como estando espacialmente perto ou distante, pois Ele não está aqui ou ali, mas leva o aqui e o ali em Seu coração.
  • As Escrituras ensinam claramente que Deus está igualmente perto de todas as partes
  • do Seu universo (Salmo 139:1-18); contudo, alguns seres experimentam a Sua proximidade e outros não, dependendo da sua semelhança moral com Ele. E a dessemelhança que produz o senso da remota distância entre as criaturas, e entre os homens e Deus.
  • A verdade é que Ele está mais perto de nós do que estamos nós mesmos.
  • Outra razão da ausência de real anseio pelo retorno de Cristo é que os cristãos se sentem tão bem neste mundo que têm pouco desejo de deixá-lo. Para os líderes que regulam o passo da religião e determinam o seu conteúdo e a sua qualidade, o cristianismo tornou-se afinal notavelmente lucrativo. As ruas de ouro não exercem atração muito grande sobre aqueles que acham fácil amontoar ouro e prata no serviço do Senhor cá na terra. Todos queremos reservar a esperança do céu como uma espécie de seguro contra o dia da morte, mas enquanto temos saúde e conforto, por que trocar um bem que conhecemos por uma coisa a respeito da qual pouco sabemos? Assim raciocina a mente carnal, e com tal sutileza que dificilmente ficamos cientes disso.
  • A história revela que os tempos de sofrimento da igreja têm sido igualmente tempos de alçar os olhos. A tribulação sempre deu sobriedade ao povo de Deus e o encorajou a buscar e a esperar ansiosamente o retorno do seu Salvador. A nossa presente preocupação com este mundo pode ser um aviso de amargos dias por vir. Deus fará com que nos desapeguemos da terra de algum modo — do modo fácil, se possível; do difícil, se necessário. É a nessa vez.
  • Devemos aprender que não é possível tratar das coisas santas negligentemente sem sofrer as conseqüências.
  • serviço litúrgico é pelo menos belo, enquanto o nosso quase sempre se destaca por ser feio. O deles foi cuidadosamente elaborado através dos séculos a fim de capturar o máximo de beleza possível e preservar um espírito de reverência entre os adoradores. O nosso é com freqüência algo provisório, sem nada que o recomende. A sua proclamada liberdade não passa de simples relaxamento.
  • Em teoria, quando a reunião não é planejada, o Espírito Santo opera livremente e isso seria verdadeiro se todos os adoradores mostrassem reverência e fossem cheios do Espírito. Mas na maioria das vezes não há ordem nem Espírito, apenas uma oração de rotina que, exceto por pequenas variações, é sempre a mesma, semana após semana, e alguns hinos que já não eram muito bons desde o início t com o tempo perderam todo o seu significado pela repetição.
  • O homem que se opuser a toda organização na igreja ignora completamente os fatos da vida. A arte é a beleza organizada; a música é o som organizado; a filosofia, o pensamento organizado; a ciência, o conhecimento organizado; o governo não passa de sociedade organizada. E o que é a verdadeira igreja de Cristo senão o mistério organizado?
  • No velho cemitério próximo à histórica Rocha de Plymouth, onde repousam os Patriarcas Peregrinos, existe uma pedra onde foram gravadas estas solenes palavras (cito de memória): "Aquilo que nossos pais com tanto esforço conseguiram, não lancemos fora descuidadamente".
  • Lembre-se então, os perigos que enfrentamos no momento não vêm de fora, mas de dentro.
  • O poder se encontra na união de coisas homogêneas e na divisão das heterogêneas. Talvez aquilo que precisamos nos círculos religiosos de hoje não seja mais união, mas uma certa divisão sábia e corajosa. Todos desejam a paz, mas pode ser que o reavivamento use a espada.
  • O cristianismo no mundo ocidental de nossos dias é aquilo que seus líderes foram no passado recente e está se tornando aquilo que seus líderes atuais são.
  • Ninguém pode levar outros para além do ponto em que ele mesmo já chegou. Isto explica a falha na liderança de muitos ministros. Eles simplesmente não sabem para onde ir.
  • Oracao do profeta menor: Esta é a oração de um homem chamado como testemunha perante as nações. Foi isto que ele disse ao Senhor no dia de sua ordenação. Depois de os presbíteros e ministros terem colocado as mãos sobre ele, retirou-se para encontrar seu Salvador num lugar se- creto e em silêncio, bem além do ponto em que seus bem intencionados irmãos poderiam tê-lo levado. Foram estas as suas palavras: Ó Senhor, ouvi a tua voz e fiquei com medo. Tu me chamaste para uma tarefa terrível numa hora grave e perigosa. Está prestes a sacudir todas as nações e a terra, assim como o céu, para que permaneçam as coisas que não podem ser abaladas. Ó Senhor, meu Senhor, Tu te aviltaste honrando-me como teu servo. Homem algum recebe esta honra salvo aquele que é chamado por Deus como Arão. Tu me ordenaste teu mensageiro para os duros de coração e difíceis de entendimento. Eles te rejeitaram, a ti, o Mestre, e não posso esperar que me recebam a mim, o servo. Deus meu, não perderei tempo deplorando minha fraqueza nem minha incapacidade para a obra. A responsabilidade não é minha, mas tua, pois disseste: "Eu te conheci — te ordenei — te santifiquei", e também afirmaste: "Irás a todos a quem te enviar e dirás tudo aquilo que eu ordenar". Quem sou eu para argumenta- contigo ou duvidar de sua soberana escolha? A decisão não me cabe, ela é só tua. Assim seja, Senhor. A tua vontade seja feita e não a minha. Bem sei, Deus dos profetas e dos apóstolos, que enquanto eu te der honra tu me honrarás. Ajuda-me, pois, a fazer este voto solene de honrar-te em toda a minha vida futura e meu trabalho, na felicidade ou na desgraça, na vida ou na morte, e manter esse voto enquanto viver. Está na hora, ó Deus, de entrares em ação, pois o inimigo invadiu as tuas pastagens e as ovelhas foram destroçadas e espalhadas. Os falsos pastores andam por toda parte, negando o perigo e rindo dos riscos que o teu rebanho corre. As ovelhas estão sendo enganadas por esses mercenários e os seguem com lealdade tocante enquanto o lobo se aproxima para matar e destruir. Suplico-te, ó Deus, dá-me olhos penetrantes para perceber a presença do inimigo; dá-me entendimento para observar e coragem para contar fielmente o que vejo, Torna minha voz tão idêntica à tua que até mesmo as ovelhas doentes a reconheçam e te sigam. Senhor Jesus, aproximo-me de ti para receber preparo espiritual. Impõe sobre mim a tua mão. Unge-me com o óleo do profeta do Novo Testamento. Proíbe que me transforme num escriba religioso e perca assim meu chamado profético. Salva-me da maldição que paira sobre o clero moderno, a maldição da transigência, da imitação, do profissionalismo. Salva-me do erro de julgar uma igreja pelo seu tamanho, sua popularidade ou pelas somas que oferece anualmente. Ajuda-me a lembrar que sou um profeta — não um promotor, nem um administrador religioso, mas um profeta. Não permita que jamais me torne escravo da multidão. Cura minha alma das ambições carnais e salva-me da atração da publicidade. Livra-me da escravidão às coisas. Não permita que desperdice meus dias com trivialidades. Põe teu terror sobre mim, ó Deus, e leva-me para o lugar de oração onde possa lutar com os principados e potestades e com os senhores das trevas deste mundo. Livra-me de comer em excesso e dormir tarde. Ensina-me a autodisciplina para que possa ser um bom soldado de Cristo. Aceito trabalho árduo e pequenas recompensas nesta vida. Não peço conforto. Procurarei não fazer uso das pequenas manipulações que facilitam a vida. Se outros procurarem o caminho mais suave, tentarei seguir o mais estreito sem julgá-los com demasiada severidade. Esperarei oposição e irei aceitá-la quando chegar. Ou, como algumas vezes acontece, se eu vier a receber presentes de agradecimento dados por pessoas bondosas, fica comigo então e livra-me do mal que geralmente se segue. Ensina- me a usar o que quer que receba de modo a não prejudicar minha alma nem diminuir meu poder espiritual. E se em tua providência permissiva, eu vier a receber honra através da tua igreja, não deixe que me esqueça nessa hora de que sou indigno da menor de tuas misericórdias, e que se alguém me conhecesse tão bem como eu me conheço, essas honras não seriam concedidas ou seriam feitas a outros mais dignos de recebê-las. E agora, Senhor do céu e da terra, consagro o restante de meus dias a ti; sejam eles muitos ou poucos, conforme a tua vontade. Faze-me ficar diante dos grandes ou ministrar aos pobres e humildes; essa escolha não é minha e não iria influenciá-la mesmo que pudesse. Sou teu servo para fazer a tua vontade, e essa vontade é mais doce para mim do que posição, riqueza ou fama, e eu a prefiro acima de todas as coisas na terra ou no céu. Embora escolhido por ti e honrado por um chamamento sublime e santo, não permita que eu jamais esqueça que não passo de pó e cinzas, um homem com todas as falhas e paixões naturais que perseguem a raça humana. Oro a ti, portanto, meu Senhor e Reden- tor, salva-me de mim mesmo e de todos os males que possa fazer a mim mesmo enquanto tento ser uma bênção para outros. Enche-me com o teu poder pelo Espírito Santo, e na tua força irei e anunciarei a tua justiça. Espalharei a mensagem do amor que redime enquanto tiver forças. Então, Senhor, quando estiver velho e cansado, não mais podendo continuar, prepara um lugar para mim lá no alto, e permite que eu possa ser contado com os teus santos na glória eterna. Amém. AMEM.
  • No âmago do sistema cristão encontra-se a cruz de Cristo com o seu paradoxo divino. O poder do cristianismo se encontra em seu repúdio ao comportamento dos homens decaídos e não em sua aceitação do mesmo. A verdade da cruz se revela em suas contra- dições. O testemunho da igreja é mais eficaz quando declara em lugar de explicar, pois o evangelho é dirigido à fé não à razão. O que pode ser provado não exige fé para a sua aceitação. A fé repousa sobre o caráter de Deus e não sobre as demonstrações de laboratório ou lógicas.
  • O cristão acredita estar morto em Cristo, mas encontra-se mais vivo do que nunca e espera viver realmente para sempre. Ele anda na terra embora sentado no céu e apesar de ter nascido neste mundo, depois de sua conversão descobre que este não é o seu lar. Como o curiango, que no ar é a essência da graça e formosura mas no chão mostra-se desajeitado e feio, o cristão também se destaca nos lugares celestiais, mas não se entrosa muito bem na sociedade em que nasceu.
  • O caráter paradoxal do cristão revela-se constantemente. Por exemplo, ele crê que está salvo agora, mas, não obstante, espera ser salvo mais tarde e aguarda alegremente a salvação futura. Ele teme a Deus, mas não tem medo dEle. Sente-se dominado e perdido na presença de Deus, todavia, não há lugar em que tanto deseje estar como nessa presença. Ele sabe que foi purificado de suas faltas, mas sente-se penosamente cônscio de que nada de bom habita em sua carne.
  • Todavia, o seu otimismo é calmo e repousante. Se a cruz condena o mundo, a ressurreição de Cristo garante o triunfo final do bem em todo o universo. Através de Cristo tudo acabará bem e o cristão aguarda a consumação. Cristão incrível!
  • Tudo o que me impeça de chegar à Bíblia é meu inimigo por mais inofensivo que pareça. Tudo o que prenda minha atenção quando deveria estar meditando sobre Deus e as coisas eternas prejudica minha alma. Se os cuidados da vida apagaram de minha mente as Escrituras, estarei sofrendo uma perda irreparável. Se eu aceitar qualquer outra coisa além das Escrituras estarei sendo enganado e roubado, resultando em eterna confusão.
  • O segredo da vida é teológico e a chave para o céu também. Aprendemos com dificuldade, esquecemos facilmente e sofremos muitas distrações. Devemos portanto, decidir com firmeza estudar teologia. Devemos pregá-la do púlpito, cantá-la em nossos hinos, ensiná-la aos filhos e fazer dela tema de conversa quando nos reunimos com os amigos cristãos.
  • Grande parte de nosso tempo é usado pelas exigências da vida civilizada, mas sempre temos algum tempo livre. O que fazemos com ele é vital. A maioria das pessoas gasta esse tempo vendo televisão, ouvindo o rádio, lendo os produtos baratos da imprensa ou envolvendo-se em conversas frívolas. O que eu faço com o meu tempo revela a espécie de homem que sou.
  • A cruz é aquela adversidade extra que surge como resultado de nossa obediência a Cristo.
  • Carregar a cruz significa ligar-se à Pessoa de Cristo, ser fiel à soberania de Cristo e obediente aos seus mandamentos.
  • Uma diferença marcante entre a fé dos nossos pais como concebida pelos pais, e a mesma fé como entendida e vivida por seus filhos, é que os pais estavam interessados na raiz da matéria, enquanto que os seus descendentes atuais parecem interessados somente no fruto.
  • Os nossos pais olhavam bem para a raiz da árvore e se dispunham a esperar com paciência pelo aparecimento do fruto. Nós exigimos o fruto imediatamente, ainda que a raiz seja fraca e cheia de calosidades, ou inexista completamente.
  • O pragmatismo religioso avança desenfreadamente entre os ortodoxos, A verdade é o que quer que funcio- ne. Se dá resultado, é bom. Há apenas uma prova para o líder religioso: sucesso. Tudo se perdoa, exceto o fracasso. Uma árvore pode resistir a quase toda e qualquer tempestade se sua raiz e firme, mas quando a figueira que o Senhor amaldiçoou secou "desde a raiz", ela toda "secou" imediatamente. Uma igreja firmemente enraizada não pode ser destruída, mas nada pode salvar uma igreja cuja raiz secou. Estímulos, campanhas promocionais, ofertas em dinheiro, belo edifício — nada pode trazer de volta a vida à árvore sem raiz.
  • Nada deforma e torce mais a alma do que um baixo e indigno conceito de Deus.
  • Alguns de nós ficam nervosos e encabulados porque sabemos que Deus vê cada pensamento nosso e conhece todos os nossos caminhos. Não precisamos ficar assim. Deus é a soma total de toda a paciência e a essência da amável boa vontade. Nós O agradamos muito, não tentando freneticamente fazer nós mesmos o bem, mas, sim, lançando-nos em Seus braços com todas as nossas imperfeições, e crendo que Ele compreende tudo e ainda nos ama.
  • Mantenha o coração aberto para a correção dada pelo Senhor e esteja preparado para receber dEle o castigo, sem se preocupar com quem segura o açoite. Os grandes santos aprenderam todos a levar surra com classe — e esta pode ser uma razão por que foram grandes santos.
  • A verdade teológica é inútil enquanto não é obedecida. O propósito por trás de toda doutrina é assegurar a ação moral.
  • Muita coisa que passa por cristianismo neo-testamentário é pouco mais que a verdade objetiva adocicada com canções e tornada saborosa por meio de entretenimentos religiosos.
  • Por outro lado, o homem que prega a verdade e a aplica às vidas dos seus ouvintes, sentirá os cravos e os espinhos. Levará uma vida dura, mas gloriosa. Queira Deus levantar muitos profetas assim. A igreja tem aguda necessidade deles.
  • Têm sido feitas inumeráveis preleções, canções têm sido entoadas e livros têm sido escritos exortando-nos a encarar a vida com um sorriso e a rir de modo que o mundo possa rir conosco; lembremo-nos. porém, de que, por mais alegres que os cristãos possam ficar, o diabo não é tolo. Ele é insensível e sério, e afinal veremos que ele estivera competindo para ganhar. Se nós que nos proclamamos seguidores do Cordeiro não levarmos as coisas a sério, Satanás o fará, e ele e bastante astuto para usar a nossa leviandade para destruir-nos.
  • Leia menos, mas leia mais daquilo que é importante para a sua vida interior.
  • Sim, o mundo verdadeiro é um mundo povoado. Os olhos cegos dos cristãos modernos não podem ver o invisível, mas isto não destrói a realidade da criação espiritual. A incredulidade nos tirou o consolo de um mundo pessoal. Aceitamos o mundo vazio e sem sentido da ciência como sendo o mundo verdadeiro, esquecendo-nos de que a ciência só ê válida quando trata com coisas materiais, e nada pode saber de Deus e do mundo espiritual.
  • Uma das afirmativas que nos dão mais liberdade no Novo Testamento é esta: "Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (João 4:23,24). A natureza da adoração é mostrada aqui como sendo absolutamente espiritual. A verdadeira religião não fica presa a datas e jejuns, vestes e cerimônias, sendo colocada no lugar que lhe pertence — a união do espírito do homem com o Espírito de Deus.
  • O que esses irmãos não percebem é que o próprio fato de eles sentirem a necessidade de buscar provas para as verdades das Escrituras traz à luz algo completamente diverso, a saber, sua própria descrença básica. Quando Deus fala, a incredulidade pergunta: "Como posso saber se isso é verdade?" EU SOU O QUE SOU é a única base para a fé. Escavar entre as rochas ou pesquisar as profundezas dos mares a fim de conseguir evidência para apoiar as Escrituras é insultar QUEM as escreveu. Acredito sinceramente que isto não é feito intencionalmente, mas não vejo como escapar à conclusão de que de todo modo isso acontece.
  • A fé, como apresentada na Bíblia, é confiança em Deus e em seu Filho Jesus Cristo. É a resposta da alma ao caráter divino, como revelado nas Escrituras, e mesmo esta resposta é impossível sem a operação do Espírito Santo. A fé é um dom de Deus à alma arrependida e nada tem a ver com os sentidos ou à informação por eles prestada. A fé é um milagre; é a capacidade dada por Deus para que confiemos em seu Filho, e qualquer coisa que não resulte em ação segundo a vontade de Deus não é fé, mas algo inferior a ela.
  • O amor recomendado na Bíblia não é o amor-sentimento; mas o amor-vontade, uma decisão tomada deliberadamente. (Agradeço essas frases tão adequadas a um mestre da vida interior cuja pena foi há pouco silenciada pela morte.)
  • Nós, os que pregamos o evangelho, não devemos julgar-nos agentes ou relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. Não devemos imaginar que fomos comissionados para tornar Cristo aceitável aos homens de negócios, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à educação moderna. Não somos diplomatas mas profetas, e nossa mensagem não é um acordo mas um ultimato.
  • Deus nunca é encontrado acidentalmente. "Buscar-me-eis, e me achareis. quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:13).
  • A mente humana é capaz de muitos atos nocivos sem qualquer ajuda do diabo.
  • O equilíbrio e a sanidade do universo exigem que Deus seja enaltecido em todas as coisas. "Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável." Deus age apenas para a sua glória e tudo o que vem dele tem como finalidade enaltecê-lo. Qualquer doutrina, qualquer experiência que sirva para exaltá-lo, terá sido provavelmente inspirada por Ele. E, de modo oposto, tudo o que oculte a sua glória ou que o faça parecer menos maravilhoso é certo que foi gerado pela carne ou pelo diabo.
  • O equilíbrio e a sanidade do universo exigem que Deus seja enaltecido em todas as coisas. "Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável." Deus age apenas para a sua glória e tudo o que vem dele tem como finalidade enaltecê-lo. Qualquer doutrina, qualquer experiência que sirva para exaltá-lo, terá sido provavelmente inspirada por Ele. E, de modo oposto, tudo o que oculte a sua glória ou que o faça parecer menos maravilhoso é certo que foi gerado pela carne ou pelo diabo.
  • Existem experiências psíquicas que emocionam o recipiente e o levam a crer que teve um encontro real com o Senhor, sendo transportado ao terceiro céu; mas a verdadeira natureza do fenômeno é descoberta mais tarde quando a face de Cristo começa a esmaecer no consciente da vítima e ela passa a depender mais e mais dos êxtases emocionais para provar a sua espiritualidade.
  • Suspeite de todo homem que alegue ser mais sábio do que os apóstolos ou mais santo do que os mártires da primeira igreja. A melhor maneira de lidar com ele é levantar-se e sair da sua presença. Você não pode ajudá-lo e ele com certeza também não ajudará você.
  • O melhor livro não é aquele que simplesmente informa, mas o que estimula o leitor a informar-se.
  • Lembre-se, o medo pertence à carne e o pânico ao diabo.
  • A adoração, como disse, cresce ou diminui segundo o nosso conceito de Deus. Essa a razão pela qual não creio nesses indivíduos meio-convertidos que chamam Deus de "o Homem Lá de Cima". Não acredito que adorem de forma alguma, pois o seu conceito de Deus é indigno dEle e deles também. Se existe uma enfermidade terrível na igreja de Cristo é a de não vermos Deus tão grande como ele é. Nós tratamos Deus com excesso de familiaridade.
  • O Deus do evangélico moderno raramente deixa alguém atônito. Ele consegue manter-se muito bem dentro da constituição, jamais quebrando nossos regulamentos internos. É um Deus bem comportado, muito denominacional, muito integrado em nosso meio, e lhe pedimos que nos ajude quando temos dificuldades e esperamos que nos guarde quando dormimos. O Deus do evangélico moderno não me inspira muito respeito. Mas quando o Espírito Santo nos mostra Deus como Ele é, nós O admiramos até o ponto de encher-nos de espanto e prazer.
  • Já devo tanto a Deus que mesmo que vivesse durante milênios e milênios jamais poderia pagar-lhe o que fez por mim.
  • Moisés desceu do monte para falar ao povo. Ai da igreja cujo pastor sobe ao púlpito ou entra no púlpito! Ele deve sempre descer ao púlpito. Conta-se que Wesley habitualmente morava com Deus, mas de vez em quando descia para falar ao povo. O mesmo deve acontecer conosco. Amém.
  • Se fôssemos um povo de mãos limpas e corações puros, estaríamos constantemente praticando aquelas coisas que agradam a Deus. A impureza não consiste apenas num ato errado, mas ela é um estado de mente, de coração e de alma, justamente o oposto da pureza e integridade.
  • Não é mesmo estranho que a geração que tem ensinado mais a respeito das práticas sexuais do que vinte e cinco gerações combinadas fizeram no passado, seja a geração que tem-se mostrado mais podre e pervertida na conduta sexual?
  • O homem de vida endurecida está contente consigo mesmo e com o fruto que produziu no passado. Não quer que o incomodem. Sorri com superioridade quando ouve falar de reavivamentos, jejuns, auto-análises, e todas as tarefas ligadas à produção de frutos e à angústia do crescimento. O espírito de aventura morreu nele. É estável, "fiel", sempre em seu lugar costumeiro (como o velho campo), conservador e uma espécie de marco na pequena igreja. Mas é estéril. A maldição de uma vida assim é o fato de ser fixa, tanto em tamanho como em conteúdo. Ser tomou o lugar de tornar-se. O pior que pode ser dito de tal indivíduo é que é o que irá ser. Ele encerrou-se entre quatro paredes e, através desse mesmo ato, deixou Deus do lado de fora e também o milagre.
  • O poder de Deus só vem atendendo ao apelo do arado Ele só é liberado na igreja quando ela estiver fazendo algo que necessite do mesmo. Com a palavra "fazendo" não quero indicar simples atividade. Já existe excesso de "movimento" nela, mas cm tocas essas atividades ela cuida para manter intocado o campo endurecido. Ela toma precauções para confirmar sua movimentação, dentre dos limites da completa segurança. Essa a razão pela qual é estéril, não dá fruto. Está segura, mas amadurecida.
  • O único caminho para o poder em tal igreja é sair do esconderijo e mais uma vez tomar o caminho cheio de perigos da obediência. A sua segurança é o seu maior inimigo. A igreja que teme o arado escreve o seu próprio epitáfio: a igreja que usa o arado anda pelo caminho do reavivamento.

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