sexta-feira, 11 de abril de 2014

NOTAS DE LEITURA - NASCIDO DE NOVO, Vincent Cheug


  • Os fariseus eram aqueles que tinham dedicado suas vidas a uma observância meticulosa da Lei de Moisés. Paulo diz que eles pertenciam à “seita mais severa da nossa religião” (Atos 26:5). Embora o propósito e filosofia deles pareçam nobres, no tempo de Jesus eles tinham se tornado insuportavelmente legalistas.
  • O problema é que, não somente eles tinham adicionado algo à palavra de Deus, mas essas regras eram tais que elas subvertiam o próprio Sábado, destruindo seu próprio propósito e intenção. No final, eles não estavam observando realmente o mandamento de Deus com respeito ao Sábado, mas sim as regras que eles tinham feito e imposto sobre o mandamento, e que de muitas formas se opunham ao espírito e à letra da intenção de Deus para tal mandamento.
  • Embora eles pareçam extremamente piedosos para algumas pessoas, e certamente para si mesmos, a religião deles era morta. Eles traziam prisão espiritual e condenação para as pessoas, e eles se tornaram os inimigos de Deus.
  • Ser “nascido de novo”, ser “nascido do alto”, é muito mais do que ter uma crise moral e reformar o hábito e estilo de vida de alguém.
  • Certamente, João não está se dirigindo somente aos judeus aqui, nem ele usa uma linguagem que somente os judeus poderiam entender. Antes, ele diz que todo aquele que crê em Jesus Cristo será salvo e receberá a vida eterna, mas todo aquele que rejeitá- lo já está condenado. Entrar no reino é encontrar vida, e ficar fora é perecer. Mas você não verá ou entrará nesse reino glorioso a menos que você tenha nascido de novo – isto é, nascido do alto – não por decisão humana, mas pelo decreto e poder de Deus.
  • Contudo, quando o assunto é religião, então a providência especial de Deus sempre pode ser um fato, a menos que ela seja impedida por princípios e suposições que foram previamente declarados. Mas uma vez que o poder de Deus está envolvido, não somente é possível para um homem velho entrar no ventre de sua mãe e nascer por uma segunda vez, mas é ainda mais fácil que isso aconteça. Deus poderia fazer a mesma pessoa renascer dessa forma milhares de vezes num dia, caso ele assim o desejasse.
  • Mas o pecado é o que explica essa irracionalidade da incredulidade.
  • ssim, admitimos que o evangelho vem como um insulto para as pessoas não salvas, e especialmente para aqueles que estão cheios de orgulho e justiça própria.
  • im, não importa quanta inteligência natural uma pessoa pareça possuir – para conhecer a Deus sem revelação divina, alguém deve primeiro sobrepujar a onipotência de Deus que lhe oculta essas coisas, mas se alguém pode realizar isso, então não seria sobre onipotência que estaríamos falando.
  • Essa é uma das razões pelas quais uma pessoa que carece de fé não pode raciocinar corretamente sobre as coisas espirituais. Ela não pode empregar as premissas necessárias em suas deduções enquanto essas premissas foram proposições espirituais. Sua mente não pode processá-las. Não é que as coisas espirituais sejam irracionais, mas o problema é que a sua mente é deficiente.
  • A verdade é que, dependendo do tipo de audiência a qual alguém está se dirigindo, algumas vezes um ministro descobrirá que a maioria dos seus ouvintes são tão espiritualmente estúpidos como Nicodemos e os discípulos. Eles não entenderão a despeito de quão claramente você lhes diga o que você quer dizer. É como se eu fosse dizer para alguém dez vezes, e de diferentes maneiras, “Meu nome é Vincent”, e então a próxima coisa que saísse de sua boca fosse: “Mas qual é o seu nome?”.
  • Se você tem sido um cristão por muito tempo, você deveria saber sobre o que estou falando, e certamente a maioria dos ministros teriam encontrado tais casos. Algumas vezes as pessoas parecem tão estúpidas que, se você não perceber isso, poderá pensar que elas estão pretendendo não entender, e pretendendo ser estúpidas, talvez para te agravar ou enganar. Mas a verdade é que elas realmente não entendem o que você está lhes dizendo. Todavia, a experiência não prova nada, mas os comentaristas deveriam aceitar isso e as muitas outras passagens bíblicas que ilustram o ponto.
  • Se uma pessoa está surpresa com a falta de entendimento em Nicodemos, se ela pensa que Nicodemos deveria certamente estar mais à frente do que parece, então ela está absolutamente desligada do que a Escritura ensina sobre a condição do homem. Mas aqueles que reconhecem o que a Escritura ensina percebem que Nicodemos já representa o melhor da humanidade não-regenerada. Tanto em aprendizado como na religião, ele representa o melhor que o homem pode alcançar aparte da regeneração, aparte do novo nascimento, e, todavia, ele é exatamente tão superficial e estúpido como ele parece ser. Nesse ponto, Nicodemos ainda é um homem natural, um homem sem o Espírito. Esse é o porquê ele falha em entender, e esse é o porquê ele precisa nascer de novo.
  • O que é descrito nessa promessa é consistente com o que Jesus ensina em João 3, e aqui a aplicação de água e espírito é considerada como um ato, e esse um ato deve ser realizado por Deus e não pelo homem. Provavelmente Jesus esperava que Nicodemos recordasse essa passagem e chegasse ao entendimento do que ele quis dizer por “nascer de novo”, ou o que é o equivalente, “nascer da água e do Espírito”.
  • Para uma pessoa entender e crer na verdade, ela deve primeiro “pertencer a Deus”, isto é, deve ser um filho de Deus ao invés de um filho do diabo. Simplesmente porque eles eram os descendentes naturais de Abraão não fazia deles os descendentes espirituais de Abraão, nem fazia deles os filhos espirituais de Deus. Assim, para crerem no evangelho de Jesus Cristo, Deus devia lhes dar o novo nascimento – eles deviam ser “nascidos de novo”.
  • Carne é carne, e espírito é espírito. O homem natural não pode passar da carne para o espírito, visto que essas são categorias ou dimensões diferentes de realidade. Ele deve ser nascido do Espírito para ter vida espiritual. E esse é o porquê Jesus disse a Nicodemos: “Vocês, todos vocês, devem nascer de novo”
  • A obra do Espírito não está sujeita à explicação, manipulação ou predição natural.
  • Jesus diz que a carne é carne e o espírito é espírito, e alguém que nasceu na carne deve nascer também no espírito para entrar no reino do céu. Nós herdamos a vida da carne nascendo na carne, e a vida do espírito nascendo do Espírito. A diferença não é uma de grau, mas de categoria. Isso significa que, embora o cristão viva no reino do espírito, o incrédulo é ignorante de toda essa dimensão de realidade. Como então o incrédulo pode fazer uma avaliação do cristão?
  • Isso não é um absurdo místico, mas afeta todos os aspectos da interação e aprendizado humano. Por exemplo, ocasionalmente alguém irá publicar uma perspectiva psicológica sobre a fé e a religião. Nossa discussão acima implica que se o escritor for um não- cristão, ele sempre estará errado. Um não-cristão não pode nem mesmo escrever um relato histórico correto do Cristianismo. Isso é impossível, visto que são necessárias categorias de pensamento que são estranhas a ele e rejeitadas por ele.
  • O amor de Deus não é um sentimento, mas é uma política de benevolência que resulta em ações realizadas para o benefício daqueles que são os objetos desse amor. Esse amor não é promíscuo, mas específico e eficaz.
  • Deus deu algo especial, algo único, algo precioso, o seu próprio Filho, para salvar aqueles a quem ele ama. Não somente isso nos fala sobre a extensão e intensidade do amor de Deus por aqueles que ele salva, mas também nos ensina que seu grande amor não cega ou anula sua justiça. Antes, seu amor satisfaz sua justiça. Por outro lado, a partir disso podemos perceber também o que foi preciso para satisfazer essa justiça, e a ira divina na qual nossos pecados incorreram. E se isso é o que é preciso para satisfazer a justiça, podemos estar certos que essa mesma justiça não permitirá que ninguém que rejeita a pessoa e obra de Jesus Cristo escape do fogo eterno do inferno.
  • Onde quer que Jesus fosse e não importava o que fizesse, ele causava uma distinção para ser feita entre os homens, uma separação entre os crentes e os incrédulos, os eleitos e os não-eleitos. Simeão tinha predito: “Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de contradição, de modo que o pensamento de muitos corações será revelado” (Lucas 2:34-35). E o próprio Jesus declarou: “Não pensem que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34).
  • Em outras palavras, não é que Deus não condenará, mas que a condenação dos pecadores e incrédulos já está estabelecida, já está em andamento. A expiação não tem uma contraparte oposta que Jesus deve realizar para assegurar a condenação do ímpio. O versículo refere-se àqueles que mantém uma incredulidade obstinada e persistente. Eles são não-cristãos, e eles nunca se tornarão cristãos. Essas pessoas, o versículo diz, “já [estão] condenadas”. Não há necessidade de Deus enviar seu Filho para fazer algo especial para que isso aconteça. Ela já é uma certeza.
  • Alguém dizer que há outros caminhos para a salvação seria dizer que Deus cometeu um engano sobre sua própria natureza e seu próprio decreto. E é como se ele subisse até Cristo enquanto ele estava na cruz e dissesse: “O que você está fazendo? Nós não precisamos de você. Você está sendo crucificado por nenhuma razão”. E um cristão que reconhece que poderia haver outros caminhos para Deus está fazendo a mesma coisa. É como se ele subisse até Cristo na cruz e dissesse: “O que você está fazendo? Eles não precisam de você. Nenhum de nós precisa. Você sabe que está sofrendo por nada”?.
  • Mesmo que você se considere um cristão, se você compromete a doutrina preciosa e crucial de que Jesus é o único caminho para salvação, então você tem cometido um pecado terrível. Se você tem sugerido ou até mesmo abrigado a idéia de que pode haver outro caminho para Deus, você é um grande pecador. Você tem chamado Deus de um mentiroso, e é como se você vaiasse para Cristo quando ele subiu na cruz, e se juntasse aos réprobos quando eles zombam do seu sofrimento.
  • Primeiro, João diz: “a luz veio ao mundo”. Isso estabelece o ponto de referência pelo qual as pessoas são julgadas. A natureza e os motivos delas são expostos pela forma como elas reagem e se relacionam com a luz. Essa luz é Jesus Cristo, que diz em outro lugar nesse Evangelho: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (8:12). Portanto, ele é o ponto de referência pelo qual as pessoas são julgadas.
  • Essa é a razão pela qual as pessoas não vêem a Cristo e crêem nele. Não é porque há algo de errado do lado do Cristianismo, mas é porque o incrédulo é mal, e não quer ser exposto, convencido e reprovado. Ele se ressente e teme a luz, e assim corre dela e se oculta dela. Aqueles que desejam reter seu orgulho algumas vezes a ridicularizam, argumentam contra ela, e a difamam inventando estórias sobre ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Conto com a sua participação