quarta-feira, 29 de abril de 2015

MEMÓRIAS DE UM PASTOR COMUM


Impactado com a simplicidade deste precioso "pastor comum" (Tom Carson) . Percebo que são os "pastores comuns" que fazem toda a diferença.
"Eu sou só um, mas sou um;
eu não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa;
o que eu posso fazer, eu devo fazer;
e o que devo fazer, Deus me ajudando, eu farei".
Para Tom Carson "a graça de ontem nunca era suficiente."

sexta-feira, 10 de abril de 2015

NOTAS DE LEITURA - O QUE É UMA IGREJA SAUDÁVEL, Mark Denver



  • Os pastores das igrejas comparecerão diante de Deus e prestarão contas pela maneira como guiaram suas congregações. No entanto, cada um de nós que somos discipulos do Senhor Jesus Cristo prestará contas de havermos ou não congregado regularmente na igreja, estimulado a igreja ao amor e ás boas obras e lutado para manter o ensino correcto da esperança do evangelho. 
  • Um cristão é alguém que, antes de tudo, foi perdoado de seu pecado e reconciliado com Deus, o Pai, por meio de Jesus Cristo. Isso acontece quando a pessoa se arrepende de seus pecados e coloca sia fé na vida perfeita, na morte substitutiva e na restauração de Jesus Cristo, o Filho de Deus. 
  • O novo testamento nunca retrata o cristão como alguém que existe fora da comunhao da igreja por muito tempo. A igreja não é realmente um lugar. É um povo - o povo de Deus em Cristo. 
  • Uma pessoa que continua a viver alegremente na injustiça faz-nos duvidar se ela realmente possui a justica de Cristo. 
  • Excepto em raras circunstancias, um verdadeiro cristão edifica sua vida na vida de outros por meio da comunhão de uma igreja local. Ele sabe que ainda não chegou lá. Ainda é um ser caído e necessita da responsabilidade e da instrução daquele corpo de pessoas chamado igreja. E essas pessoas necessitam dele. 
  • A sua igreja falha em atender suas expectativas em termos do que ela faz, bem como em seguir ou não o que a Biblia diz sobre a liderança eclesiástica? Se isso está acontecendo, lembre-se de que ela é um grupo de pessoas que está crescendo na graça. 
  • “Eu conheço a vaidade do seu coração e umas das coisas que vai atingi-lo profundamente é que a congregação, que lhe foi confiada, é muito pequena, principalmente quando voce a compara as congregações dos seus irmãos ao seu redor. Mas sinta-se seguro em uma palavra vinda de um homem idoso e experimentado. Quando estiver perante Cristo, prestando conta dessa congregação que recebeu, lá o trono do julgamento, voce saberá que recebeu o suficiente.” John Brown (Pastor do séc.XIX falando a um de seus alunos recém-ordenado em uma pequena igreja)
  • Rogo a Deus que nós, pastores, reconheçamos cada vez mais a nossa responsabilidade solene, pelos rebanhos específicos sobre os quais Deus nos tornou co-pastores. 
  • Uma igreja saudável não é uma igreja perfeita e impecável. Ela não resolveu todos os problemas. Pelo contrário, é uma igreja que se esforça continuamente para ficar ao lado de Deus na luta contra os desejos ímpios e os enganos do mundo, de nossa carne e do diabo. É uma igreja que procura se conformar sempre a palavra de Deus. 
  • O homem não é formado segundo cada outro homem. Ele é formado segundo a imagem de Deus. Ele é o único que reflecte a Deus ou se parece com ele. 
  • Esse filho amado, em que o Pai teve prazer, submeteu-se completamente ao governo ou ao reino de Deus. 
  • Ouvindo e seguindo a Palavra de Deus, reflectimos a imagem e manifestamos o carater e a glória de Deus, como embaixadores de um rei. 
  • A igreja acha a sua vida a medida que ouve a palavra de Deus. 
  • O compromisso com a pregação expositiva é um compromisso de ouvir a Palavra de Deus. 
  • Se um pregador exorta a igreja pregando uma passagem bíblica em seu contexto- por meio de uma pregação cujo ensino principal da passagem é o ensino primordial do sermão - tanto ele como a igreja acabarão ouvindo as coisas de Deus que o pregador não tencionava dizer, quando a principio se assentou para estudar e preparar o sermão. 
  • Pregar é elemento fundamental do pastorado. 
  • A igreja primitiva se expressou nestes termos: nas coisas essenciais, unidade, nas coisas nao essenciais, diversidade, em todas as coisas, amor. 
  • A suprema acusação que voce pode trazer contra uma igreja...é que ela não tem paixão nem compaixão pelas almas humanas. Uma igreja é nada mais do que um clube ético, se não transborda seu amor para com as almas perdidas e não sai para leva-las ao conhecimento de Jesus Cristo. 
  • A conversão não é recitar um credo. Não é fazer uma oração. Não é um dialogo. Não é tornar-se um ocidental. Não é alcançar certa idade, assistir uma aula ou passar por algum ritual de maturidade. Não é uma jornada em que todos estão dispersos em diferentes pontos ao longo do caminho. Antes, a conversão é tornar-nos, com toda a nossa vida, da auto-justificação de Cristo, do domínio do ego para o governo de Deus, da adoração aos idolos para a adoração a Deus. 
  • A mudança que todo ser humano necessita é tão radical, tão profunda em nosso ser, que somente Deus pode realiza-la. 
  • Um entendimento correcto da conversão se expressará nas expectativas da igreja quanto aos novos membros. A admissão não será imediata. Talvez a igreja ofereça uma classe de novos membros. Um testemunho será exigido, bem como uma explicação do evangelho por parte do membro em perspectiva. 
  • O que é uma igreja doente? É uma igreja em que os sermões retornam frequentemente a clichés e repetições. E, pior do que isso, elas se tornam moralistas e centralizadas no homem, e o evangelho é remodelado em pouco mais do que uma mensagem espiritual de “auto-ajuda”. A conversão é vista como um ato da decisão humana. Em diferente aspectos, de mal a pior, a cultura da igreja é indistinguivel da cultura secular que a circunda. 
  • Uma evidencia de que uma igreja pode não ter um entendimento biblico da conversão e da evangelização é esta: o numero de membros é bem maior do que o numero dos que participam dos cultos. 
  • Mais uma marca importante de uma igreja saudável é o entendimento e a prática bíblica da evangelização. O único crescimento verdadeiro é o crescimento que vem de Deus, por meio do seu povo. 
  • Uma igreja saudável anela receber e admitir pessoas que professem fé, como instruíram os autores do Novo Testamento. Ou seja, ela anela ter um entendimento bíblico da membresia. 
  • Quando uma pessoa está sempre ausente a sanção da igreja é, no melhor, insensata e, no pior, desonesta. 
  • A disciplina contribui para que a igreja que vive dentro dessa fronteira permaneça fiel aquelas coisas que, em primeiro lugar, são a causa do estabelecimento da linha de separação. Dá significado a membresia da igreja, além disso, é outra marca importante de uma igreja saudável. 
  • No sentido mais estrito, é o ato de excluir da membresia e da comunhão na ceia do Senhor alguem que confessa ser um cristão e está envolvido em pecado grave e pertinaz - pecado que ele recusa abandonar. 
  • É uma tentativa de polir o espelho e remover qualquer mancha. Por que devemos praticar a disciplina? Para que o carater santo e amoroso de Deus apareça com mais clareza e resplandeça com mais intensidade. 
  • Se as igrejas esperam ter algo a dizer a respeito de como os cristãos vivem, elas terão de dizer algo a respeito de como os cristãos não vivem. 
  • Permita-me apresentar o que creio seja uma estratégia mais bíblica: guarde cuidadosamente a porta da frente e abra a porta de trás. Em outras palavras, torne mais difícil o unir-se a igreja e mais fácil o ser excluído. Lembre: o caminho da vida é estreito e não largo. Fazendo isso, eu creio, ajudaremos as igrejas a recuperarem a distinção do mundo, conforme planejado por Deus. 
  • Se as igrejas fossem mais cuidadosas no reconhecimento e na recepção de novos membros, teriam, posteriormente, menos ocasiões de praticar a disciplina correctiva. 
  • A igreja tem a obrigação de ser o instrumento de Deus para que as pessoas cresçam na graça. 
  • Deus tem outros propósitos, tal como chamar seu povo a paciência. Nosso foco tem de permanecer na fidelidade e no verdadeiro crescimento espiritual. 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

NOTAS DE LEITURA - O DISCIPULO RADICAL, John Stott



  • Meu interesse com este livro é que nós, que afirmamos ser discípulos do Senhor Jesus, não o provoquemos a dizer: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lc 6.46). O discipulado genuíno é um discipulado sincero —e é daí que surge a próxima palavra.
  • Não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele
  • Ninguém mais tem suas qualificações. Assim, podemos falar sobre Alexandre, o grande, Charles, o grande, Napoleão, o grande, mas não Jesus, o grande. Ele não é o grande —ele é o Único. Não existe ninguém como ele. Ele não tem rival nem sucessor.
  • Discípulos radicais têm pouca dificuldade de fazer suas escolhas.
  • O cortesão espanhol do século 13, Raimundo Lúlio (missionário entre os muçulmanos no Norte da África), escreveu que “aquele que não ama, não vive”. Pois viver é amar, e sem amor a personalidade humana se desintegra. É por isso que todos procuram autênticos relacionamentos de amor.
  • Diante do desafio do pluralismo, devemos ser uma comunidade de verdade, declarando a singularidade de Jesus Cristo. Diante do desafio do materialismo, devemos ser uma comunidade de simplicidade, considerando que somos peregrinos aqui. Diante do desafio do relatívismo, devemos ser uma comunidade de obediência. Diante do desafio do narcisismo, devemos ser uma comunidade de amor.
  • Não devemos ser como caniços agitados pelo vento, dobrando-nos diante das rajadas da opinião pública, mas tão inabaláveis quanto pedras em um a correnteza
  • Aqui, então, estão três perspectivas (passado, presente e futuro) e todas apontam para a mesma direção: o eterno propósito de Deus (nós fomos predestinados); o propósito histórico de Deus (estamos sendo mudados, transformados pelo Espírito Santo); e o propósito escatológico de Deus (seremos como ele). Tudo isso contribui para a mesma finalidade de semelhança com Cristo, pois esse é o propósito de Deus para o seu povo.
  • Se afirmamos ser cristãos, devemos ser como Cristo
  • Essa entrada no mundo de outras pessoas é exatamente o que queremos dizer por missão encarnacional —e toda missão autêntica é encarnacional.
  • O sofrimento é um assunto vasto e os cristãos tentam entendê-lo de muitas formas. Porém, a que se destaca é a que diz que o sofrimento é parte do processo de Deus para nos fazer como Cristo. Seja um desapontamento ou uma frustração, precisamos tentar vê-lo à luz de Romanos 8.28 e 29. Por que nossos esforços evangelísticos são frequentemente desastrosos? Há várias razões, e não posso simplificar, mas uma das principais é que não parecemos com o Cristo que proclamamos.
  • A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou ideias. E no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal.
  • O propósito de Deus é nos fazer como Cristo. E a for ma como ele faz isso é nos enchendo com o seu Espírito Santo.
  • Alguns dizem que a igreja está indo bem quando há crescimento numérico [...] e queremos ver pessoas sendo acrescidas à igreja todos os dias. Porém, não estamos bus cando apenas números, mas que o aumento nos números corresponda à confirmação de fé da igreja.
  • ser maduro é ter um relacionamento maduro com Cristo, no qual o adoramos, confiamos nele, o amamos e lhe obedecemos.
  • Assim , se querem os desenvolver um a maturidade verdadeiramente cristã, precisamos, acima de tudo, de uma visão renovada e verdadeira de Jesus Cristo —principal mente de sua supremacia absoluta, cia qual Paulo fala em Colossenses 1.15-20.
  • Essa é a descrição exata que o apóstolo faz de Jesus Cristo. Onde deveríamos estar senão com os rostos em terra diante dele?Afastemos de nós o Jesus insignificante, fraco, pigmeu. Afastemos de nós o Jesus palhaço e pop star. Afastemos também o Messias político e revolucionário. Eles são caricaturas. Se é assim que o enxergamos, não surpreende a persistência de nossa imaturidade.
  • o princípio do discipulado é claro: quanto mais pobre for o nosso conceito de Cristo, mais pobre será nosso discipulado. E quanto mais rica for a nossa visão de Cristo, mais rico será nosso discipulado.
  • Só quando a nova comunidade se mostra mais claramente distinta do mundo em seus valores, padrões e estilo de vida, é que ela apresenta ao mundo uma alternativa radicalmente atraente, e assim exerce sua maior influência por Cristo. Comprometemo-nos a orar e trabalhar pela renovação de nossas igrejas.
  • Na vida cristã a disciplina diária é uma profunda necessidade.
  • Precisamos resgatar a visão comunitária da igreja, das pedras que vivem no prédio de Deus. Além do mais, é preciso uma argamassa da melhor qualidade.
  • A razão de quase todas as nossas falhas é a facilidade que temos de esquecer nossa identidade como discípulos.
  • Pois este é o lugar onde, de vez em quando, o discípulo radical precisa estar. Deus pode usar a dependência gerada por essas experiências para causar em nós um profundo amadurecimento .
  • Gratidão é um solo no qual o orgulho não cresce facilmente.
  • Somos chamados a nos tornar mais pessoais, a nos tornar pessoas, a encarar a velhice com todos os nossos recursos pessoais.
  • Temos dado prioridade às coisas e não às pessoas; temos construído uma civilização mais baseada em coisas do que em pessoas. Os idosos são menosprezados porque são pura e simplesmente pessoas, cujo único valor está em ser pessoa e não mais no que produz.
  • Quando somos velhos [...], temos o tempo e as habilidades necessárias para um verdadeiro ministério de relaciona mentos pessoais.
  • O próprio Jesus ensinou que a dependência cresce à medida que crescemos.
  • Vida por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida cristãs
  • “Estou cada vez mais convencido de que a maioria das pessoas vive uma vida cristã problemática por que mimam a si mesmas espiritualmente”.
  • Mais cedo ou mais tarde, a missão leva à paixão. Nos padrões bíblicos [...] o servo deve sofrer [...] e isso faz a missão ser efetiva [...]. Toda forma de missão leva a alguma forma de cruz. O próprio formato de missão é cruciforme. Só pode mos entender missão nos termos da cruz.
  • A morte é o caminho para a frutificação.
  • O fundamental em todo discipulado é a decisão de não somente tratar Jesus com títulos honrosos, mas seguir seu ensino e obedecer aos seus mandamentos.
  • Determinei que não citaria um livro a menos que o tenha manuseado anteriormente. Assim, deixe-me encorajá-lo a continuar lendo e a incentivar seus parentes e amigos a fazer o mesmo. Pois esse é um meio de graça muito negligenciado.

IGREJA EMOCIONALMENTE SAUDÁVEL - NOTAS DE LEITURA



  • Saúde emocional e maturidade espiritual são inseparáveis. Não é possível ser maduro espiritualmente e permanecer emocionalmente imaturo. 
  • A triste verdade é que há pouca diferença, em termos de maturidade emocional e de relacionamentos, entre o povo de Deus dentro da igreja e aquelas pessoas lá fora que afirmam não ter um relacionamento com Jesus Cristo. 
  • Infelizmente, posso me lembrar de inúmeros não cristãos que são mais amorosos, equilibrados e educados do que muitos membros de igreja que conheço. 
  • A saúde geral de qualquer igreja ou ministério depende principalmente da saúde emocional e espiritual da sua liderança. 
  • A minha vida deixou de ser equilibrada, e lentamente comecei a crer que na mentira de que, quanto mais sofresse por Cristo, mais ele me amaria. 
  • Ao mesmo tempo, pude observar como Jesus era capaz de separar-se das expectativas das multidões, da sua familia e dos seus discipulos. Seu relacionamento com o Pai o libertava da pressão das pessoas ao seu redor. Ele não tinha medo de viver sua vida e missão singulares, nem se importava com os planos que outras pessoas tinham para ele. 
  • Quando voce começa o trabalho duro de se tornar um discipulos de Jesus Cristo emocional e espiritualmente maduro, o impacto é sentido a seu redor. 
  • O mais doloroso, talvez seja sua falta de consciência do mal que vem de parecer ser mais do que realmente se é. 
  • Não podemos cultivar uma igreja emocionalmente saudável se nós mesmos não estamos tratando de questões mais profundas da nossa vida. 
  • A amar verdadeiramente a Deus com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com toda a força exige que conheçamos não apenas Deus, mas também o nosso interior - a natureza do nosso coração, da nossa alma e da nossa mente. Compreender esse mundo de sentimentos, pensamentos, desejos e esperanças com toda a sua riqueza e complexidade é um trabalho duro. Também exige tempo - muito tempo. 
  • Por isso é preciso empenho, energia, inconveniência, tempo, coragem, solidão e uma sólida compreensão da graça de Deus no evangelho para crescer a semelhança de Cristo. Acredito que essas coisas contribuíram para que a fronteira da saúde emocional fosse tão ignorada na maioria dos discipulados, formações espirituais e modelos de mentoreamento em nossas igrejas e em nossos seminários. Por isso estamos pagando o alto preço do crescimento mirrado e de discípulos superficiais em nossas igrejas. 
  • Aprendi que o jugo de Jesus é suave e seu fardo é leve - mesmo para pastores e lideres. De fato, há uma forma diferente de liderar a igreja. 
  • O mais assustador é a facilidade com que permanecemos em uma ilusão confortável e distorcida da nossa vida. Algo pode não ser verdadeiro, mas estamos tão acostumados que parece ser certo. 
  • Os seres humanos assim como os icebergs tem muitas camadas abaixo da superfície. 
  • Mudamos o nosso comportamento quando a dor de permanecer igual passa a ser maior do que a dor da mudança. 
  • Como alguém pode entrar no mundo de outra pessoa se não entrou no seu próprio mundo? 
  • “Se Deus nos permitisse ver mais do que 1% do nosso pecado, cairíamos mortos!” 
  • O evangelho diz que somos mais imperfeitos do que podemos imaginar. 
  • Na verdade, uma igreja comprometida com a saúde emocional é um lugar confuso. “Esqueletos” saem dos armários, e encaramos os problemas e as tensões directa e honestamente em vez de ignora-los, esperando ou fingindo que desaparecerão de alguma forma. 
  • Excepto em casos raros, a nossa familia é o grupo com mais poder e influencia sobre quem somos hoje. 
  • É importante lembrar de que, embora possamos ter uma disposição para certo comportamento, há outra possibilidade e realidade de “reparentajização” hoje: uma familia espiritual. 
  • Para novos frutos são necessárias novas raízes. 
  • O discipulado, portanto, deve incluir uma reflexão honesta sobre o impacto positivo e negativo da nossa familia de origem, bem como de outras influencias importantes em nosso vida. 
  • “Quando eu era jovem, estava determinado a mudar o mundo. Ao ficar mais velho, percebi que era muito ambição. Então, determinei-me a mudar o meu estado. Quando envelheci ainda mais, percebi que isso também era muita ambição. Então, decidi mudar a minha cidade. Quando percebi que nem isso eu podia fazer, tentei mudar minha familia. Agora que sou um homem velho, sei que que deveria ter começado mudando a mim mesmo. Se tivesse começado comigo mesmo, lograsse êxito em mudar a minha familia, a cidade ou até mesmo o estado e, quem sabe, talvez até o mundo.”
  • Contudo, por mais difícil que seja, cada um de nós na liderança deve perguntar-se repetidas vezes diante de Deus: Quanto da história da minha familia pode estar conduzindo a igreja ou o ministério que Deus confiou aos meus cuidados?
  • Quando voce está em uma reunião com outras seis pessoas, há na verdade muitas outras pessoas invisíveis sentadas a mesa. 
  • A igreja nunca será mais madura que a sua liderança. 
  • Cada ser humano é infinitamente complexo e singular. Nunca compreenderemos completamente toda a profundidade do nosso iceberg. 
  • Não voltamos ao passado apenas para voltar ao passado. Voltamos quando estamos empacados, incapazes de seguir em frente. 
  • A cultura da igreja contemporânea trouxe muito da definição de poder e forca do mundo. Nós olhamos para os prédios, as finanças, o numero de pessoas e grandes receitas para demonstrar a força e o sucesso das nossas igrejas e dos nossos ministérios. 
  • Qual pode ser o seu “dom de um obstáculo” concedido por Deus? 
  • O crescimento de Paulo em Cristo é proporcional a seu crescente senso de fraqueza e pecaminosidade. 
  • O único tipo de pessoa que Deus usa é aquele que não depende dos próprios recursos ou talentos. 
  • ...muitos de nós na liderança estão esforçando-se para agradar as pessoas, alcançar sucesso e sermos reconhecidos. E acabamos perdidos. 
  • Quando preciso de um ministério de determinado tamanho, certa posição e ou determinado salário pata me sentir valorizado, estou perdido. 
  • Pessoas emocionalmente saudáveis também aceitam os seus limites  com a mesma alegria e contentamento e nao tentam se parecer com outras igrejas. 
  • Sempre acreditei que o crescimento numérico era a vontade de Deus para toda igreja local. Mas não é. 
  • A verdade assustadora é que as vezes podemos cruzar os limites que Deus impos e acabar fazendo a obra de Deus sem Deus. 
  • Quando não respeitamos os limites de Deus em nossa vida, geralmente acabamos sobrecarregados, estressados e exaustos. 
  • Maturidade na vida é quando alguém vive com alegria dentro dos limites que Deus lhe impôs. 
  • Muitas vezes, na igreja, são os membros mais exigentes e que mais reclamam que definem as prioridades. Como células cancerosas eles matam as pessoas saudáveis ao invadirem seu espaço. São incapazes de aprender com as experiências e não estão dispostos a mudar. 
  • Pessoas sem limites sentem-se constrangidas a fazer o que os outros querem, mesmo que isso nao seja o que elas querem. Elas tem medo de decepcionar alguém ou de ser criticadas. 
  • Agora, o que me capacita a permanecer fiel em períodos intermediários de desorientação é a verdade poderosa de que Deus usa todas as coisas para o nosso bem, para a sua glória e para o bem dos outros. 
  • Deus transforma o que era mal em algo bom, sem diminuir o horror do mal. 
  • São Basílio, o bispo de Cesaréia, no século IV, escreveu certa vez "Anunciações são frequentes, e encarnações são raras." Em outras palavras, anúncios ousados de que Deus está fazendo ou dizendo, são comuns. As pessoas que seguem o caminho humilde de Jesus são muito mais difíceis de encontrar. Agora entendo porque. É muito mais caro e é francamente contra cultural mesmo entre cristãos.
  • Tornou-se difícil distinguir entre amar as pessoas pelo que elas são ou para usá-las na missão. No entanto, minha ênfase estava em " fazer discípulos" e no crescimento da igreja. Eu precisava de pessoas para responder.
  • Henri Nouwen articulou, creio eu, a luta para muitos de nós que têm a responsabilidade de liderar e servir na igreja de Deus. Uma voz diz para ter sucesso e alcançar. A voz de Nouwen dizia para que ele passasse a maior parte de sua vida atendendo. Ele ensinava na Catedral de Notre Dame, Harvard e Yale. Escrevia mais de um livro por ano. Seu cronograma e ministério constantemente ameaçava sufocar sua vida espiritual. A outra voz era de Deus, dizendo que ele era amado incondicionalmente. Que ele não tinha nada a provar. Esta voz lhe disse que a meta do ministério era a reconhecer a voz do Senhor, sua face, e seu toque em cada pessoa que ele conheceu. Só nos últimos dez anos de sua vida, disse ele, o que realmente ouvia era a segunda voz.
  • O nível da Encarnação nos chama para fora de nossas zonas de conforto físico para atender pessoas onde quer que elas estejam.
  • "Ser ouvido está tão perto do ser amado que para a pessoa média, eles são quase indistinguíveis."
  • Jesus disse: "Um aluno não é o seu mestre, nem o servo acima do seu senhor" (Mt 10:24). Você e eu não morremos, literalmente, em uma cruz, como Jesus fez, mas vamos morrer de outras maneiras quando encarnarnamos. Custa tempo, energia, às vezes dinheiro e, quase sempre, uma ruptura com o nosso mundo livre de riscos. A longo prazo, no entanto, resulta em menos trabalho, pois é mais sobre ser do que fazer.
  • Encarnar é a prioridade da Igreja que define o sucesso. Já não é simplesmente "consertar" as pessoas, ou organizar o mundo em algo que glorifica a Deus. Trata-se de amar bem.
  • O sinal do Espírito no trabalho é o amor sobrenatural, não são os dons ou resultados bem sucedidos.
  • Considere Judas, Balaão, Saul e as palavras de Jesus no Sermão do Monte em Mateus 7:21-23. Além disso, o nível de poder e a utilização de dons através da vida de um cristão tem pouco a ver com a maturidade espiritual. Paulo também fala que você pode usar os dons e ainda ser muito um bebê espiritual. Isto é especialmente claro em I Coríntios 3.
  • Nosso crescimento em semelhança à Cristo exige nos livrar de nossas velhas duras cascas de proteção e permitir que Deus nos leve a um novo lugar.
  • Parei de esperar no Senhor por uma igreja crescente e comecei simplesmente a esperar no Senhor por ele mesmo.
  • Deus usa eventos e experiências desorientadores para realizar uma obra interior profunda. 
  • É uma ilusão imaginar que podemos liderar as pessoas em uma jornada espiritual que nós mesmos não fizemos. Quando negligenciamos nosso relacionamento com Deus, nenhum programa poderá substituir a superficialidade e obstinação que inevitavelmente seguirão. 
  • Mas estamos cercados por infinitas distrações e vozes que nos tiram da posição de estarmos sentados aos pés de Jesus. Entretanto, essa é a nossa única esperança de ver além das ilusões e do fingimento do nosso mundo e proporcionarmos liderança para os que estão ao redor. 
  • Quando nossa vida com Deus não é suficiente para sustentar nosso trabalho para Deus, também estaremos lutando contra nossa integridade. 
  • Contudo, a ênfase era para fora e para cima em direção ao crescimento externo, não para dentro e para baixo em direção a minha alma. 
  • O grande poder que há em separar pequenos períodos de tempo para oracao pela manha, no meio do dia e a noite infunde um profundo senso do sagrado, de Deus, no resto das actividades do dia. Todo o tempo é dele. 
  • Como anda o casamento do líder, assim anda a igreja. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

NOTAS DE LEITURA - A IGREJA DESVIADA, Charles Swindoll


  • Quando a igreja se torna um centro de entretenimento, a alfabetização bíblica geralmente se torna umas das primeiras vitimas. Após o culto as pessoas voltam para casa com um sorriso no rosto, mas com um vazio na vida. 
  • O pós-modernismo prospera no caos, seu desejo consiste em destruir todo critério moral e substituir por critério nenhum. Ele deseja um mundo onde tudo é relativo, onde nao existe nenhuma verdade e a única realidade é a percepção. Considerando que a verdade eterna de Deus nao tem lugar em um mundo nesses moldes, temos observado, a partir das ascensão do pos-modernismo, um equivalente declínio do conhecimento bíblico. 
  • O mundo está a espera de uma voz legitima, a voz de Deus, não um eco do que outros estão fazendo e dizendo, mas uma voz autentica. (Tozer) 
  • Com efeito, a estrada mais segura para o inferno é aquela ladeira gradual e suave de chão macio, sem curvas acentuadas, sem marcos de quilometragem e sem placas de sinalização. (C.S Lewis) 
  • Por que estudar a origem da igreja? Porque fazendo isso encontramos as intenções de Deus. Nosso entendimento e aplicação do que a igreja deve ser sofrerá corrosão se deixarmos de examinar essa questão e de nos concentrar em seu fundador e seus fundamentos. 
  • O ensino da verdade de Deus produz na igreja raízes profundas que fornecem alimento e estabilidade. 
  • Não existe igreja sem esses quatro elementos essenciais registrados em Atos 2.42
  • Para mim, igreja que trabalha é igreja que cresce. Entretanto, atente para a sequência dessa afirmação , pois uma igreja que cresce não necessariamente é uma igreja que trabalha. 
  • A razão de nossa existência como comunidade crista pode, de alguma forma, se perder em meio a correria moderna e as prioridades confusas. Isso acontece o tempo todo. A igreja passa a se concentrar em construções e programas, cadeiras estofadas e estacionamentos, corais e ofertas, funcionários e placas e.... Se não tomarmos cuidado, a distracção com o crescimento numérico e o esforço para sustentar esse crescimento nos levarão a negligenciar as coisas mais importantes. Quando isso ocorre, nossos valores, nosso propósito e nossos objectivos desaparecem. 
  • No inicio a igreja era uma comunidade de homens e mulheres centradas em no Cristo vivo. Então, a igreja mudou-se para a Grécia, onde se tornou uma filosofia. Em seguida mudou-se para Roma, onde se tornou uma instituição. Depois mudou-se para a Europa, onde se tornou uma cultura. Por fim, mudou-se para o continente americano, onde se tornou uma empresa. (Richard Haverson)
  • Todo pastor corajoso que fala a verdade está sob pressão. Ele vive sob a mira do adversário, cujo desejo é nada menos que arruinar sua reputação ou de preferência destruí-la. 
  • Onde Deus estiver agindo, esteja certo de que o inimigo ali estará igualmente atarefado. 
  • Em nossa cultura pós-moderna na qual a importancia do pecado é minimizada, Deus é humanizado e o homem deificado, não me surpreende quando as pessoas fazem cara feia e perguntam - “Como um Deus santo e amoroso pode fazer uma coisa dessas? 
  • Deus leva a sério assuntos que envolvem honestidade. Será que nos esquecemos disso? 
  • Sua integridade pessoal não é assunto de foro intimo, uma vez que, como cristão, voce é representante de Cristo. Voce vive para honrar o nome dele e a reputação de sua igreja. Não é possível transigir sobre sua integridade sem causar prejuízo aos demais. É preciso ter em mente que a igreja é um corpo se uma parte sofre, todos sofrem. 
  • O adversário jamais desistirá de atacar e se possível destruir a igreja. Tenha isso sempre em mente. Sabemos que ele não pode destruir a igreja por completo, pois Cristo prometeu que as portas do Hades não poderão vence-la. Entretanto, Satanás avançará o máximo que puder. 
  • A oração deve ser prioridade entre a liderança de nossas igrejas, tanto na minha igreja quanto na sua. 
  • A oração é interferência radical no estado das coisas. 
  • Deus não imita o sistema do mundo. Pelo contrário, ele nos orienta a caminhar em outra direção, para um estilo de vida que, embora descompassado em relação ao mundo, nunca se distancia das pessoas que estão no mundo. 
  • Não é o barco na agua, mas a agua no barco que faz o navio afundar. Do mesmo modo, não é o cristão no mundo, mas o mundo no cristão que constitui o perigo. 
  • A igreja primitiva não pediu que Deus abençoasse suas estratagemas . A igreja não precisa de artifícios para atrair as pessoas. Antes precisa ensinar as verdades bíblicas com consistência, pregar com ardor e viver com autenticidade. 
  • Crescimento numérico não é necessariamente a prova das bênçãos de Deus. Ao contrário, pode revelar erros, pode reflectir um ministério que produz coceira nos ouvidos  ao entregar as multidões aquilo que querem ouvir e nao aquilo que precisam ouvir. 
  • Que ambiente favorece o comparecimento da comunidade? Não é somente o prédio, o sistema de som ou a musica. Não é nem mesmo a pregação. Repito o que torna a igreja contagiante é o contexto. E esse contexto são as pessoas. 
  • Sacrificar os fundamentos da doutrina, da comunhão, do partir do pão e da oração no altar da estratégia, da criatividade, do entretenimento e da relevância é abandonar as principais razoes da existência da igreja. Precisamos edificar sobre esse fundamentos em vez de tentar substitui-los. 
  • A igreja perderá seu magnetismo no dia em que deixar de ser forte na graça. 
  • O fortalecimento na graça sempre começa com a liderança. 
  • O ímpio nao precisa encontrar na igreja o mesmo mundo que encontra fora dela. A igreja não está competindo com o mundo. Jesus não é uma marca. 
  • A igreja se torna um lugar de mentoria, quando paramos de enxergar as pessoas como números de relatório e entrada de dízimos. Ao contrario, enxergamos as pessoas como oportunidade de participar da edificação da vida de cada uma. 
  • Para dizer a verdade, a arrogância nao sobrevive ao aconselhamento. 
  • As bênçãos de Deus repousam sobre ministérios que permanecem activamente engajados em servi-lo. 
  • Se não estou enganado, essa é a única passagem na Biblia na qual se diz que Deus procura alguma coisa em nós. 
  • Uma vez que Deus procura nossa adoração, é lógico supor que a igreja deve ser tanto um lugar de adoração como um lugar que produz adoradores. 
  • Não há nada errado em cantar novos cânticos, mas precisamos ter certeza de que as canções que compomos e cantamos exprimem uma doutrina sólida e não filosofias centradas no ser humano. 
  • Quando uma preferencia pessoal prevalece em detrimento de uma prioridade bíblica, o culto a Deus se torna vão e sem sentido, uma vez que o indivíduo cultua a si mesmo. 
  • Como consumidores em uma sociedade consumista, queremos que o culto seja uma manifestação de nossos estilos musicais e nossas preferencias pessoais, que reflita nossos gostos e desagrados, nossas satisfações e preconceitos,. Quando isso nao acontece, cruzamos os braços e balançamos a cabeça, convencidos de que algo está errado. O erro, entretanto, está em nosso coração. Isso é o que precisa mudar.
  • Respeitar os pais é perdoa-los, mesmo que eles não peçam perdão. 
  • "A Tolerância é a virtude do indivíduo sem convicções." G.K Chesterton
  • Satanás odeia tudo que o povo de Deus ama. Ele odeia nosso casamento cristão e fará tudo o que estiver ao seu alcance para 
  • Cristo está construindo sua igreja justamente para esse propósito. Uma igreja desperta é uma influencia poderosa e efectiva em um mundo que se perdeu, 
  • As igrejas que pregam mensagens superficiais de auto-satisfação recheadas de entretenimento não tem como preparar voce para as más noticias de um diagnostico de câncer, uma ligação da policia informando que seu filho sofreu um acidente de automovel ou um aviso inesperado de divorcio do seu cônjuge. 
  • As vezes o melhor incentivo para permanecer firme na ƒé é resgatar a memória de um mentor fiel. 
  • “Vivemos em uma época que se desviou do padrão moral salutar para uma ênfase indiscriminada e irreflectida na tolerância. Os padrões bíblicos vem sendo substituídos pela noção de “politicamente correcto”, criminosos estão sendo defendidos com mais entusiasmo que as vitimas.”
  • Talvez meu conselho as igrejas que enfrentam tempos difíceis - a saber, para que renovem o compromisso com a palavra inspirada de Deus - pareça simplista. Quer dizer...É só isso? E os sete princípios infalíveis para uma boa liderança? E as 25 maneiras de...Op, esperei ai! Isso é linguagem de marketing, jargão de consumo. São essas coisas que tornam a igreja em um negocio com uma cruz espetada em cima. Não é isso o que Jesus está construindo. 
  • ...a igreja nunca estará livre de ataques, nem mesmo em períodos de paz. É só quando nos sentimos seguros e quando relaxamos e nos tornamos indiferentes que a igreja começa a erodir.
  • O que erodiu na igreja de Efeso? Não foi a doutrina nem as boas obras, mas a devoção a Jesus. 
  • No final das contas, não é a igreja que sofre erosão, são as pessoas. As igrejas apenas refletem a vida e as convicções dos indivíduos que compõem o corpo de Cristo. 
  • A verdadeira narina cristã deve estar continuamente atenta a fossa interior. (C.S Lewis) 
  • Em palavras menos eloquentes “precisamos cheirar nosso próprio fedor!” pois todos nós somos depravados, egoístas e atraídos pelas coisas que o mundo tem a oferecer. 
  • Um dos problemas dos cristãos evangélicos, especificamente os norte-americanos é o fato de geralmente nos isolarmos em redomas cristãs. Com isso quero dizer que vivemos em um ambiente rodeado de coisas cristãs: jargões, amigos, livros, actividades, lanchonetes, estereótipos, música, lojas, adesivos. O que virá a seguir? Abastecer o carro com gasolina cristã. Ou seja, tudo ao nosso redor são coisas cristãs. E qual o perigo? Em breve tudo isso pode nos fazer perder nossas características originais, levando-nos a desenvolver uma mentalidade mecânica em relação as coisas espirituais. Começamos a simular actividades religiosas ao mesmo tempo em que abandonamos as vivência da verdade. Quando isso ocorre, deixamos de levar Deus a sério. A erosão se instala, abandonamos nosso primeiro amor. 
  • A maior parte de nossas actividades espirituais não passa de anestésico barato para amortecer a dor de uma vida vazia. Lewis Serry Chafer
  • A familiaridade pode gerar desprezo até mesmo diante do altar de Deus. Que coisa tenebrosa quando o pregador se acostuma com seu trabalho, quando seu senso de admiração desaparece, quando se habitua ao extraordinário, quando perde o temor solene na presença do Deus Altíssimo, quando falando em termos mais directos, fica um pouco entediado com Deus e com as coisas espirituais.
  • Em uma guinada assustadora, a pregação da cruz é considerada hoje loucura não apenas para o mundo, mas também para a igreja contemporânea.
  • A verdade bíblica é que nao existem igrejas cheias de sucesso. Pelo contrário, o que há são comunidades de pecadores, reunidos semana após semana perante Deus em cidades e vilarejos por todo o mundo. O Espirito Santo os reune e trabalha neles. Nessas comunidades de pecadores, um é chamado pastor e se torna responsável por manter todos atentos a Deus. E é essa responsabilidade que tem sido completamente abandonada. 
  • A tarefa da igreja, entretanto, não é reunir buscadores, mas fazer discipulos. 
  • Se alguém nao estiver preparado para pagar um alto preço, maior do que seus contemporâneos e colegas estejam dispostos a pagar, não deverá aspirar a liderança no trabalho de Deus. A verdadeira liderança exige custo elevado, a ser cobrado do líder e, quanto mais eficiente a liderança, maior o custo. 
  • Quanto maior o tempo de ministério de uma pessoa, maior sua capacidade de realizar tarefas de um modo cada vez mais fácil e mais rápido do que no inicio, de maneira que não demora muito a surgir os sintomas do tédio e daquela rotina monótona a qual a igreja de Efeso sucumbiu depois de várias décadas, 
  • As disciplinas espirituais tem um papel fundamental no despertar da igreja. Precisamos combinar mente esclarecida e coração afectuoso. A doutrina sempre deve ser balanceada com a devoção. 
  • Estou convencido de que, a partir do momento em que despertarmos para o nosso santo  e elevado propósito, Deus compensará os anos que os gafanhotos devoraram. 





quinta-feira, 21 de agosto de 2014

NOTAS DE LEITURA - RETORNO Á HISTORIA DO PENSAMENTO CRISTÃO, J. GONZALEZ

Se a Reforma protestante do século XVI nos ensinou algo, foi a necessidade de retomar constantemente às fontes de nossa fé. Os reformadores descobriram em seus estudos das Escrituras que, de muitas formas, a fé recebida de seus antepassados havia se esquecido de alguns dos elementos básicos da fé bíblica e deturpado outros. Quando anunciaram suas descobertas, foi-lhes respondido que o que diziam se opunha à tradição da igreja.

  • Não é a palavra de Lutero que permanece para sempre, mas a Palavra que Lutero estudou e procurou expor e proclamar. Não existe tradição humana alguma que possa conter essa Palavra nem se equiparar a ela.
  • A igreja vive da Palavra de Deus, como Israel no deserto vivia do maná cotidiano. Quando a igreja deixa de se alimentar dessa Palavra, simplesmente deixa de ser a igreja.
  • Portanto, a grande tarefa que se impõe à nossa geração — a tarefa que se impõe sempre a cada geração cristã — é nos aproximar novamente das Escrituras para descobrir o que Deus tem a nos dizer hoje nelas.
  • O passado, não importa o quanto nos esqueçamos disso, continua vivendo em nós e contribui para determinar o que somos e o modo como somos.
  • ...todos lemos a Bíblia através de óculos que nos foram legados por nossa tradição, e da cor de suas lentes depende grande parte do que podemos ou não enxergar nas Escrituras.
  • Quem não conhece sua própria história não sabe por que é como é e, portanto, não tem a liberdade de ser de outro modo. Quem, ao contrário, começa a compreender por que é de certo modo começa também a descobrir a possibilidade de ser diferente.
  • Além disso, a filosofia foi a aia dada por Deus para conduzir os gentios a Cristo, do mesmo modo que Deus deu as Escrituras aos judeus com o mesmo propósito'^ Orígenes concorda com Clemente em tudo isso e, portanto, sustenta que sua tarefa como teólogo consiste em descobrir e manifestar a concordância entre a filosofia e a fé cristã.
  • Em termos gerais, a teologia de Tertuliano não olha para o futuro, a não ser para esperar dele o regresso à ordem original da criação, que se repetirá agora nas mansões celestiais. Em outras palavras, visto que o estado original era uma ordem perfeita, esse estado era o propósito final de Deus e tudo o que aconteceu desde então se deve ao pecado.
  • Esses três elementos: Deus como juiz e legislador, a criação como uma ordem perfeita e completa, e o pecado original como algo que herdamos, são as contribuições de Tertuliano para os temas que estudamos no presente capítulo. Seu impacto na história do pensamento cristão ocidental foi tamanho que, até os dias de hoje, a maioria de nós supõe que esse seja o único modo como o cristianismo ortodoxo pode abordar esses temas. No entanto, ao estudar os outros dois tipos de teologia, veremos que há outras perspectivas, particularmente no tipo C, que podem ser muito úteis em nossos esforços para entender a mensagem da Bíblia e relacioná-la com nossa situação presente.
  • Nossas palavras não podem descrever Deus, nem mesmo se aproximar de tal descrição; portanto, o único modo de se falar da divindade é dizer aquilo o que Deus não é: Deus não é mortal, não é finito, não tem limite, não sofre mudança. Ou, usando a linguagem teológica mais tradicional, Deus é imortal, infinito, ilimitado, impassível, etc.
  • É melhor, portanto, [...] não ter conhecimento algum sobre a razão pela qual uma única criatura foi feita, mas crer em Deus e andar em seu amor. Isso é melhor do que inflar-se com tal conhecimento e perder o amor que é a própria vida do ser humano.
  • não é como Deus criou o mundo, mas o fato fundamental de que o mundo todo é criação de Deus.
  • Em suma o ser humano foi criado bom —^mas não no sentido de que estivesse completo e terminado, e sim porque o Verbo encarnado serviu de modelo para sua criação. Nossos primeiros pais tinham a capacidade de crescer e, assim, de se parecer cada vez mais com o Verbo, até que finalmente pudessem desfrutar de comunhão íntima com o Criador^’.
  • ́ possível dizer que a história do pensamento cristão é a história da interpretação bíblica. Depois de estudar o uso das Escrituras em cada um de nossos três tipos de teologia, o leitor poderá voltar ao que dissemos anteriormente sobre diversas doutrinas, como a criação, o pecado original, a igreja, etc., e ver de que forma elas se relacionam com a interpretação bíblica de cada um de nossos teólogos.
  • Justamente aqui se encontra o ponto fraco da interpretação alegórica: como é o intérprete que determina o simbolismo que deve ser achado nas Escrituras, o próprio intérprete também determina, por meio de sua própria seleção de símbolos, o que a Escritura deve dizer. Tal interpretação se assemelha ao mágico que introduz um coelho na cartola sem que ninguém o veja, para depois o tirar em meio ao assombro e admiração de todos. Quando se chega a esse ponto, o texto bíblico é reduzido à categoria de espelho no qual o intérprete enxerga sua própria imagem. Eis aí a razão pela qual o filósofo Orígenes encontra na Bíblia uma mensagem muito parecida com os ensinamentos dos filósofos platônicos’‘^
  • Deus vem levando seu povo para a consumação final. Por conseguinte, há progresso nas Escrituras. A Bíblia não é uma série de verdades eternas, pronunciadas do alto por Deus, mas sim o testemunho de como a Palavra — o Verbo — de Deus vem dirigindo a humanidade a cada passo.
  • Um tema vai se repetindo em diversos fatos em diferentes épocas,
  • justamente porque a história humana é uma única história, mas, ao mesmo tempo, vai variando porque a história vai avançando e os propósitos de Deus vão se cumprindo.
  • O que é bom para a sociedade não é decidido por uma elite filosófica ou intelectual, mas foi determinado pela vontade de Deus.
  • Essa é a tarefa da teologia apologética. A teologia do tipo B é essencialmente apologética. Tanto Clemente quanto Orígenes escreveram obras importantes dirigidas a pessoas cultas que des prezavam a fé cristã com o propósito de mostrar-lhes que estavam erradas, já que o cristianismo era a “verdadeira filosofia”. Até mesmo os escritos de Clemente e de Orígenes que não são apologéticos em sentido estrito têm as mesmas características, pois neles vemos a fé tentando convencer a si mesma de que é intelectualmente respeitável — razão pela qual poderíamos chamar de “apologética interna” esse tipo de teologia.
  • A ponte apologética que numa direção pode conduzir os incrédulos à fé também pode ser transitada no sentido contrário e levar os crentes à apostasia!
  • Depois da conversão de Constantino, e conforme o império e a igreja foram se combinando, foi fortíssima a pressão em favor dos dois primeiros tipos de teologia (A e B) e contra o terceiro (C). Em geral, tal pressão não era explícita nem consciente. Mas, a partir de suas perspectivas sociais e econômicas, os poderosos procuravam uma versão do evangelho que fosse compatível com seus privilégios e com seu poder. Mesmo entre os que não eram poderosos, houve uma forte tendência a se alegrar porque o Império agora estava disposto a aceitar o que até pouco tempo antes era a fé de uma minoria débil e perseguida — mesmo que essa aceitação exigisse uma certa reinterpretação e adaptação da fé cristã.
  • Como alguém já disse, “o movimento cristão era revolucionário, não porque tivesse o pessoal e os recur sos para entrar em guerra contra as leis do Império Romano, mas porque criava um grupo social que produzia suas próprias leis e seus próprios padrões de comportamento”’.
  • as perspectivas e os interesses políticos e sociais se revestem de posturas teológicas e filosóficas.
  • A iniciativa cabe à graça. A graça atua antes de nós e, depois, coopera conosco. Por isso se disse com toda a razão que, de acordo com Agostinho, a salvação é por graça.
  • Em 1300, Bonifácio VIII ofereceu indulgência plenária aos peregrinos que fossem a Roma por ocasião do jubileu daquele ano. Já nessa época, as indulgências começavam a perder seu caráter comutativo, tomando -se, antes, uma simples absolvição que a igreja concedia aplicando o tesouro dos méritos ao pecador que recebia a indulgência®. A partir de então, as indulgências continuaram a ser concedidas em troca de donativos, e daí surgiu a prática de vendê-las contra a qual os reformadores do século XVI protestaram.
  • coube a Lutero viver num tempo em que a autoridade da igreja começara a se deteriorar. Não foi ele que destruiu essa autoridade, mas a dúvida sobre essa autoridade, dúvida que já estava na atmosfera, foi o que o obrigou a procurar em outro lugar a segurança de sua própria salvação.
  • A Palavra de Deus é Deus mesmo em sua ação criadora e redentora. Quando Deus fala, essa Palavra já é ação divina, como se pode ver tanto no Gênesis quanto no prólogo do Quarto evangelho. A Palavra de Deus não nos dá meras informações, mas é um poder que cria novas realidades. Jesus é Palavra de Deus porque nele Deus fala e age; porque ele é Deus atuando em favor de nossa salvação. A Bíblia é Palavra de Deus não porque seja uma legislação infalível, ou um manual de verdades filosóficas, mas porque nela nos encontramos com Jesus Cristo, que é a Palavra viva de Deus. Essa é a Palavra que vence todos os poderes do mal. Ele é a Palavra que é a ação criadora e libertadora de Deus.
  • Para o reformador, o batismo não é apenas o começo da vida cristã, a lavagem dos pecados anteriores à administração do rito. Ao contrário, o batismo é o signo sob o qual acontece toda a vida cristã'*. O fato de ser batizado, assim como o de ser justificado, não é simplesmente algo que ocorreu no passado, de forma que agora seja preciso se virar sozinho. O batismo é válido ao longo de toda a vida, porque nele morremos e somos ressuscitados com Cristo. Quem vê o valor do batismo unicamente com respeito ao pecado passado não percebe toda a sua importância. O batismo, assim como o nascimento, é parte de toda a vida. Não é necessário dizer que, desta perspectiva, em marcante contraste com a teologia do tipo A, os pecados pós-batismais não representam um problema maior do que os cometidos antes do batismo e que, portanto, não há espaço para o sistema penitencial nem necessidade dele.
  • O movimento missionário teve êxito. E é justamente porque teve êxito e há agora igrejas estabelecidas em quase todos os cantos da terra que é necessário procurar novos padrões para a missão.
  • os metodistas estão preocupados porque seu crescimento não ultrapassa os 5% ao ano. Enquanto isso, em toda a superfície do globo surgiram igrejas autóctones, muitas delas com uma taxa de crescimento surpreendente.
  • Tanto nessas novas igrejas quanto nos velhos centros do Atlântico Norte, todas essas circunstâncias levaram muitos cristãos a se interessar uma vez mais pela vida da igreja em seus primeiros séculos, quando ela não tinha nem esperava apoio algum por parte do Estado, da sociedade ou da cultura circundante. Assim, por exemplo, os cristãos de hoje se perguntam como comunicar os valores e as tradições de sua fé às novas gerações em meio a uma sociedade em que já não se pode contar com o apoio de antes — quando, por exemplo, a Bíblia era estudada nas escolas. Do mesmo modo, outros cristãos examinam o culto e a vida da igreja nos primeiros séculos, para ver que pistas para este século XXI há neles. E, como espero mostrar mais à frente, tudo isso também criou entre os cristãos uma maior abertura para formulações teológicas do tipo C — tipo que dominou a vida da igreja nos primeiros séculos e começou a declinar justa mente com o início da era constantiniana.
  • cada vez maior o número de crentes que se encontram em situações semelhantes às que existiam antes de Constantino. O mero fato de se chamar de cristão ou de ser líder da igreja não representa mais um motivo de respeito como era antes. A igreja não pode contar mais com a escola pública ou os costumes da sociedade para transmitir os valores cristãos e inculcar nas novas gerações uma visão cristã da vida e do mundo. É cada vez maior o número de cristãos que vivenciam uma forte tensão entre suas convicções e as realidades do mercado e do trabalho. Muitos simplesmente se dão por vencidos ou decidem que sua fé é uma questão privada e interna, que pouco tem a ver com sua vida social e econômica. Mas outros continuam se confrontando com essa tensão e atingem, assim, uma visão mais profunda de sua fé cristã
  • Quando os teólogos da libertação se referem ao racismo, ao sexismo ou ao neocolonialismo, não estão se referindo apenas à soma das atitudes dos racistas, sexistas ou neo- colonizadores. Referem-se a tudo isso como manifestação do Mal, com inicial maiúscula — o Mal cujo funcionamento nem sempre é misterioso, mas cujo poder sem dúvida o é.
  • Tanto os historiadores da liturgia quanto os da teologia sabem há muito tempo que existe uma relação estreita entre o culto e a doutrina, entre o modo como a igreja adora — lex orandi — e o que a igreja crê — lex credendi. A adoração expressa as crenças, mas também as afeta.
  • Tanto o batismo quanto a eucaristia sugerem agora uma visão que combina a alegria da fé cristã com um reconhecimento sóbrio do poder do mal, de que a ordem presente não é o reino de Deus, de que os cristãos ainda são conclamados a lutar em um mundo que ao contrário do que se podia pensar durante a era constantiniana  ainda é hostil à mensagem do evangelho. Regozijamo-nos com Cristo, porque ele ressuscitou; e com ele sofremos, porque ainda não retornou.
  • Quem entende a fé cristã em termos de lei, dívida e paga mento não verá muito valor numa celebração da “festa alegre do povo de Deus”, a não ser que suas próprias perspectivas teológicas sejam transformadas.
  • E quanto ao médico que se queixava de que, em meio às decisões sem precedentes que tinha de tomar, nem o fundamentalismo aprendido na escola dominical nem o liberalismo aprendido na universidade tinham grande serventia para ele? Sua perplexidade se deve à ausência de pontes entre sua fé e um mundo no qual constantemente tem de se deparar com as maravilhas das novas tecnologias e a possibilidade de abusar delas. Talvez o ajudasse uma perspectiva teológica que lhe permitisse ver a ação de Deus na história e nos avanços tecnológicos, sem perder de vista a dimensão demoníaca sempre presente na história humana — inclusive na tecnologia.
  • A medida que as chamadas teologias “contextuais” vão se multiplicando e desenvolvendo, vai ficando cada vez mais claro que toda teologia é contextuai e que, portanto, nenhuma tem o direito de se considerar universal.