domingo, 12 de maio de 2013

NOTAS DE LEITURA - PIEDADE E PAIXÃO - Hernandes Dias Lopes



  • Um pregador impuro no púlpito é como um médico que começa a fazer uma cirurgia sem fazer assepsia das suas mãos. Ele causará mais mal do que bem.
  • Em terceiro lugar, o espelho precisa ser plano. Um espelho côncavo ou convexo distorce e altera a imagem. Precisamos ver no pregador um exemplo de vida ilibada e irrepreensível. O pecado do líder é mais grave, mais hipócrita e mais danoso em suas conseqüências. Mais grave porque os pecados do mestre são os mestres do pecado. É mais hipócrita porque ao mesmo tempo em que ele combate o pecado em público, ele o pratica em secreto. Ao mesmo tempo que o condena nos outros, capitula-se à sua força e o abriga no coração. É mais danoso em suas conseqüências porque o líder, ao pecar contra um maior conhecimento, sua queda torna-se mais escandalosa. Quanto maior uma árvore, maior é o estrondo da sua queda. Quanto mais projeção tiver um líder, maior será a decepção com o seu fracasso. Quanto mais amada for uma pessoa, maior poderá ser a dor se ela destruir com suas próprias mãos o referencial em que ela investiu toda uma vida para nos ensinar.
  • Não são poucos aqueles que em vez de alimentar o rebanho de Cristo, têm apascentado a si mesmos. Em vez de proteger o rebanho dos lobos vorazes, são os próprios lobos vestidos de toga. Charles Spurgeon dizia que um pastor infiel é o melhor agente de satanás dentro da igreja.
  • A crise pastoral é refletida diretamente no púlpito. Estamos vendo o empobrecimento dos púlpitos. Poucos são os pastores que se preparam convenientemente para pregar. Há muitos que só preparam a cabeça, mas não o coração. São cultos, mas são vazios. São intelectuais, mas são áridos. Têm luz, mas não tem fogo. Têm conhecimento, mas não têm unção. Pregadores rasos e secos pregam sermões sem poder para auditórios sonolentos. Se quisermos um reavivamento genuíno na igreja evangélica brasileira, os pastores são os primeiros que terão que acertar suas vidas com Deus.
  • A pregação com consistente exegese, sólida teologia e brilhante apresentação não glorificará a deus, não alcançara os perdidos nem edificará os crentes sem um homem santo no púlpito.
  • A vida do ministro é a vida do seu ministério. “A pregação poderosa está enraizada no solo da vida do pregador”. Uma vida ungida produz um ministério ungido. Santidade é o fundamento de um ministério poderoso. Piedade é um vital necessidade na vida de todo pregador.
  • Em I Timóteo 6.11-14, Paulo lista quatro marcas de um homem de Deus. Um homem de Deus deve ser identificado por aquilo que foge, por aquilo que segue, por aquilo pelo qual luta e por aquilo ao qual é fiel. A Bíblia não é um livro silencioso a respeito da necessidade imperativa do caráter integro e da profunda piedade do pregador.
  • Piedade é um estilo de vida. Isto inclui vida doméstica, relacionamento do marido com a esposa e do pai com os filhos. O apóstolo Paulo exorta, “Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (I Tm 3.5). Assim, um ministro sem piedade não tem autoridade para pregar o santo evangelho. Não atrai pessoas para a igreja, antes as repele. Ele não constrói pontes para aproximar-se das pessoas; cava abismos para separá-las do Senhor. Charles Spurgeon afirma que “A vida do pregador deveria ser como um instrumento magnético a atrair as pessoas para Cristo; mas é triste constatar que muitos pregadores afastam as pessoas de Cristo”. Ministros sem piedade têm sido o principal impedimento para o saudável crescimento da igreja. É bem conhecido o que Dwight Moody disse: “O principal problema da obra são os obreiros”.
  • Um pregador jamais será uma pessoa neutra. Ele é uma benção ou uma maldição!
  • No século dezenove Charles Haddon Spurgeon disse que em muitas igrejas a reunião de oração era apenas o esqueleto de uma reunião, onde as pessoas não mais compareciam. Ele concluiu que “se uma igreja não ora, ela está morta”.
  • Homens secos pregam sermões secos e sermões secos não produzem vida. Como escreve E. M. Bounds, “homens mortos pregam sermões mortos, e sermões mortos matam”. Sem oração não existe pregação poderosa. Charles Spurgeon diz que “todas as nossas bibliotecas e estudos são um mero vazio comparado com a nossa sala de oração. Crescemos, lutamos e prevalecemos na oração ‘em secreto’.”
  • Quando a igreja ora, os céus se movem, o inferno treme e coisas novas acontecem na terra; “quando nós trabalhamos, nós trabalhamos; mas quando nós oramos, Deus trabalha”. A oração não é o oposto de trabalho; ela não paralisa a atividade. Em vez disto, oração é em si mesma o maior trabalho; ela trabalha poderosamente, deságua em atividade, estimula o desejo e o esforço.
  • Antes de falar aos homens, o pregador precisa viver diante de Deus. A oração é o oxigênio do ministério. “A vida de oração do ministro e da igreja são o fundamento da pregação eficaz”.
  • Muitos ministros pregam a Palavra de Deus, mas não são boca de Deus. Falam sobre o poder, mas não têm poder em suas vidas. Pregam sobre vida abundante, mas não tem vida abundante. Suas vidas contradizem a sua mensagem.
  • Consequentemente nós temos, às vezes, gigantes do conhecimento no púlpito, que são pigmeus no lugar secreto de oração. Tais pregadores conhecem muito a respeito de Deus, mas muito pouco a Deus.
  • “O que a igreja precisa hoje não é de mais ou melhores mecanismos, nem de nova organização ou mais e novos métodos. A igreja precisa de homens a quem o Espírito possa usar, homens de oração, homens poderosos em oração. O Espírito Santo não flui através de métodos, mas através de homens. Ele não vem sobre mecanismos, mas sobre homens. Ele não unge planos, mas homens. Homens de oração!”
  • O diabo usou três estratégias para neutralizar o crescimento da igreja apostólica em Jerusalém: perseguição (Atos 4), infiltração (Atos 5) e distração (Atos 6).
  • “Pastor, você deve orar. Orar muito. Orar intensamente e seriamente, zelosamente e entusiasticamente, com propósito e com determinação. Orar pelo ministério da Palavra entre o seu rebanho e em sua comunidade. Orar pela sua própria pregação. Mobilize e recrute seu povo para orar pela sua pregação. Pregação poderosa não acontecerá à parte da sua própria oração. Oração freqüente, objetiva, intensa e abundante é requerida. A pregação torna-se poderosa quando um povo fraco ora humildemente. Esta é a grande mensagem do livro de Atos. O tipo de pregação que produz o crescimento da igreja vem pela oração. Pastor, dedique-se à oração. Continue em oração. Persista em oração por amor da glória de Deus no crescimento da igreja” David Eby.
  • Se você não sente fortes desejos pela manifestação da glória de Deus, não é porque você tem bebido profundamente dos mananciais da Deus e está satisfeito. Pelo contrário, é porque você tem buscado saciar a sua alma nos banquetes do mundo.
  • O jejum cristão é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla
  • Martyn Lloyd Jones, na mesma linha de pensamento, ensina que o jejum não pode ser entendido apenas como uma abstinência de alimento e bebida. Segundo ele, o jejum também deve incluir abstinência de qualquer coisa que é legítima em si mesma por amor de algum propósito espiritual.
  • “Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons... Nós nos enganamos ao dizermos que amamos a Deus, mas se somos testados revelamos o nosso amor apenas por palavras e não por sacrifício... Eu realmente tenho fome de Deus? Realmente tenho saudade de deus? Ou estou satisfeito apenas com os dons de Deus?” Piper
  • Nós vivemos em uma geração cujo deus é o estômago (Fl 3.19). Muitas pessoas deleitam-se apenas nas bênçãos de deus e não no Deus das bênçãos. O homem tem se tornado o centro de todas as coisas. Todas as coisas são feitas e preparadas para o prazer do homem. Mas o homem não é o centro do universo, Deus é. Todas as coisas devem ser feitas para a glória de Deus. Deus deve ser a nossa maior satisfação. Quem jejua tem mais fome do pão do céu do que o pão da terra. Quem jejua tem mais saudade do Pai do que de suas bênçãos. Quem jejua confia mais no poder que vem do céu do que nos recursos da terra. Quem jejua confia mais nos recursos de deus do que na sabedoria humana. Verdadeiramente, se desejamos ver poder no púlpito, se desejamos ver pregações ungidas e cheias de vigor, se ansiamos ver o despertamento da igreja e o seu crescimento numérico, precisamos, então, de pregadores que sejam homens santos e piedosos, homens de oração e jejum.
  • C. H. Spurgeon escreveu que, “aquele que cessa de aprender tem cessado de ensinar. Aquele que não semeia nos seus estudos, não irá colher no púlpito”.
  • O pregador precisa estar cheio da verdade de Deus, porque se a mensagem tem um pequeno custo para o pregador, ela também terá um pequeno valor para a congregação.
  • “Um cristianismo de sermões pequenos é um cristianismo de fibra pequena”.
  • Spurgeon sempre subia os quinze degraus do seu púlpito dizendo, “eu creio no Espírito santo”.
  • Uma coisa é ter o Espírito como residente, outra é tê-lo como presidente. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por Ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito Santo, outra coisa é ser cheio do Espírito.
  • A igreja de Atos capítulo um é a igreja de portas fechadas. A descrição daquela igreja é bem parecida com a maioria das igrejas é bem parecida com a maioria das igrejas hoje: gostam da comunhão, das orações, do estudo da palavra, da eleição e de oficiais. Mas quando o Espírito Santo desceu sobre os crentes no dia do Pentecoste, as portas foram abertas e a igreja de Deus começou a impactar a cidade e o mundo.
  • O pregador deve ser um homem de coração quebrantado pregando para homens de corações quebrantados. Richard Baxter entendeu a pregação como uma apaixonante e urgente tarefa. Dizia ele: “Eu prego como se jamais fosse pregar novamente; eu prego como se estivesse morrendo, para homens que estão morrendo”. É impossível pregar efetivamente e eficazmente a Palavra de Deus sem paixão. “Pregação sem paixão não é pregação”.
  • O púlpito é envergonhado com a eloqüência superior das barras dos tribunais”.
  • As pessoas podem até rejeitar a nossa pregação, mas jamais duvidar da nossa sinceridade. “David Hume era um filosofo deísta, britânico do século XVIII, que rejeitou o cristianismo histórico. Certa feita um amigo o encontrou apressado caminhando pelas ruas de Londres e perguntou-lhe aonde estava indo. Hume respondeu que estava indo ouvir George Whitefield pregar. ‘Mas certamente’, seu amigo perguntou atônito, ‘você crê no que George Whitefield prega, crê?’ ‘Não, eu não creio’, respondeu Hume, ‘mas ele crê’”.
  • “A verdadeira função do pregador é incomodar as pessoas que estão acomodadas e acomodar as que estão incomodadas”.
  • “Um pregador olhando para o seu auditório durante a sua prédica, observou que um senhor idoso estava dormindo enquanto ele pregava. Então, disse para o jovem garoto que estava sentado perto do ancião sonolento: ‘Menino, você poderia fazer a gentileza de acordar o seu avô que está dormindo ao seu lado?’ O menino prontamente respondeu: ‘Por que o senhor mesmo não o acorda, já que foi o senhor quem o colocou para dormir?’”.
  • Um pregador se paixão é uma contradição de termos. O pregador sem o calor do Espírito deveria recolher-se ao silêncio até que as chamas voltassem a arder em seu coração.
  • Quando perguntaram a Moody, como começar um reavivamento na igreja, ele respondeu: “acenda uma fogueira no púlpito”. O pregador pode ser uma benção na igreja ou será uma maldição. Neutro ele não pode ser. Nós devemos glorificar a Deus através de uma pregação bíblica, fiel, ungida, cheia de paixão, com maior senso de urgência para a salvação dos perdidos e para a edificação dos santos.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

DEPRESSÃO ESPIRITUAL, D. Martyn Lloyd-Jones (Notas de Leitura)



  • De certa forma, um cristão deprimido é uma contradição de termos, e é uma péssima recomendação do evangelho.
  • Antes de tudo, então, vamos examinar o problema. Seria impossível encontrar uma descrição melhor do que a que é dada aqui pelo salmista. É um quadro extraordinariamente preciso de depressão espiritual. Leiam as palavras e quase poderão ver o homem, perturbado e abatido. É quase possível ver isso em seu rosto. Em relação a isso, notem a diferença entre o versículo 5 e o versículo 11. Vejam o versículo onze: "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face, e o meu Deus". No quinto versículo ele diz: "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu" (versão atualizada). Nesse versículo ele diz que há auxílio na presença de Deus (i.e., perante a face de Deus); mas no versículo onze ele fala da "minha face". Em outras palavras o homem que se sente abatido, desanimado e miserável, que está infeliz e deprimido, sempre revela isso em seu rosto. Ele parece preocupado e perturbado. Basta olhar para ele, e se percebe sua condição. "Sim", diz o salmista, "mas quando realmente olho para Deus, e me sinto melhor, minha face também melhora" — "Ele é a salvação da minha face".
  • Um dos problemas resultantes da depressão espiritual é que, com frequência, quando sofremos dela, não estamos conscientes da impressão que está sendo transmitida aos outros.
  • Mas embora eu enfatize, com todo o meu ser, o fato de que o temperamento não faz a mínima diferença quanto à nossa salvação, quero igualmente enfatizar que ele faz uma enorme diferença na experiência concreta da nossa vida cristã, e quando estamos tratando de um problema como o da depressão espiritual, esta questão do temperamento deve ser um dos primeiros fatores a ser considerado.
  • Temos que vigiar tanto nossas forças como nossas fraquezas. A essência da sabedoria é compreender este fato fundamental sobre nós mesmos.
  • Não se pode isolar o físico, separando-o do espiritual, pois somos corpo, mente e espírito. Os melhores cristãos são mais propensos a ataques de depressão espiritual quando estão fisicamente fracos — e encontramos grandes ilustrações disso na Bíblia.
  • Por isso, quando alguém vem me contar a respeito de alguma experiência extraordinária que teve, eu me regozijo com a pessoa, dando graças a Deus; mas passo a observá-la atenta e apreensivamente depois disso, caso haja uma reação.
  • Essa é a essência do tratamento, em resumo. Os demais capítulos serão apenas uma exposição mais elaborada do que foi apresentado aqui. A essência desta questão é entender que este nosso "eu" interior — esta outra pessoa dentro de nós — precisa ser controlado. Não lhe dê atenção — fale com ele, condenando, cen- surando, exortando, encorajando, relembrando-o daquilo que você sabe — em vez de ouvir placidamente o que ele tem a dizer, permitindo que ele o leve ao desânimo e à depressão. Certamente é isto que ele sempre fará, se você lhe entregar o controle. O diabo tenta controlar o nosso "eu" interior, usando-o para nos deprimir. Precisamos nos erguer, dizendo como este homem: "Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?" Pare com isso! "Espera em Deus, pois o louvarei. Ele é a salvação da minha face, e o meu Deus".
  • Não existe felicidade, não existe paz nem regozijo à parte de um rela- cionamento correto com Deus. E com isso
  • Não existe elevação sem que tenha havido uma queda antecedente.
  • O ponto essencial aqui é que você não chega à convicção de que é pecador comparando-se com outras pessoas, e sim chegando face a face com a lei de Deus. Bem, o que é a lei de Deus? "Não matarás, não furtarás"? "Nunca fiz essas coisas, então não sou um pecador".
  • Meu teste é um teste positivo: "Eu conheço a Deus? Jesus Cristo é real para mim?" Não estou perguntando se vocês sabem coisas a respeito de Deus, mas se conhecem a Deus, se se alegram em Deus, se Deus é o centro de suas vidas, a alma do seu viver, a fonte da sua maior alegria?
  • Parece muito humilde, mas é uma mentira do diabo, e uma negação da fé. Amigo, você acha que está sendo humilde. Mas nunca será suficientemente bom; ninguém jamais foi bastante bom,
    A essência da salvação cristã é dizer que Ele é suficientemente
    bom, e eu estou nEle!
  • É porque estamos falhando como cristãos em nossa vida diária, comportamento e testemunho, que a Igreja exerce tão pouca influência e tão poucos são atraídos a Deus através do Senhor Jesus Cristo. Portanto, por esse motivo tão premente, é imprescindível que tratemos desta questão.
  • Em outras palavras, todos os milagres do Senhor foram mais do que simples eventos — de certa forma, eles também foram parábolas. Isso não quer dizer que não cremos nos incidentes em si como sendo fatos reais na história. Estou simplesmente declarando que um milagre é também uma parábola, e se isso é verdade a respeito de todos os milagres, é especialmente verdade a respeito deste aqui. De fato, pois o Senhor obviamente mudou o método aqui a fim de ensinar uma lição vital e importante.
  • O propósito de todos os credos elaborados pela Igreja Cristã, bem como todas as confissões de fé e doutrina, ou dogmas, foi de capacitar as pessoas a verem com clareza. Foi por isso que foram formulados.
  • Homens e mulheres que se recusam a. perscrutar as coisas, que não querem aprender nem querem ser ensinados, por várias razões — às vezes em auto-defesa — em geral são as pessoas que se tornam vítimas desta confusão espiritual, esta falta de clareza, este problema de ver e não ver ao mesmo tempo.
  • O tipo de pessoa que pensa que desde o momento que aceitamos o Senhor Jesus Cristo todos os nossos problemas ficam para trás, e "viveremos felizes para sempre" cer-tamente sofrerá de depressão espiritual algum dia. Somo
  • Uma das causas mais co- muns da depressão espiritual é a falha em reconhecer que a vida cristã é uma vida integral, uma vida equilibrada. A falta de equilíbrio é uma das principais causas de problemas, discórdias e inquietações na vida de um cristão.
  • Em geral, cristãos desequilibrados são produtos de pregadores ou evangelistas cuja doutrina não possui suficiente equilíbrio, vigor ou integridade.
  • As crianças em geral herdam características dos pais, e recém-convertidos tendem a apresentar características parecidas com as pessoas que foram usadas por Deus na sua conversão.
  • O primeiro é que a depressão espiritual, ou infelicidade na vida cristã, é muitas vezes devida à falha em perceber a grandeza do evangelho.
  • Não há um aspecto da vida sobre o qual o evangelho não tem algo a dizer. A totalidade da vida deve estar debaixo da influência do evangelho porque ele mgloba tudo; o evangelho deveria controlar e governar tudo em nossa vida.
  • Quero dizer uma palavra final sobre este equilíbrio. Estas coisas devem vir sempre na ordem correta. Há uma ordem definida neste versículo, e a ordem obviamente é esta: estas pessoas eram escravas, presas pelo pecado, e deixaram de o ser. Por quê? O apóstolo diz que a "forma de doutrina" veio a elas — "obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues". Elas viviam em escravidão. O que as libertou? A verdade foi apresentada a elas! Não foram simplesmente comovidas emocionalmente na área do coração; não foi meramente um apelo à vontade. Não, a verdade foi apresentada. Devemos colocar estas coisas sempre na ordem certa, e a verdade é a primeira. Primeiro a doutrina, primeiro o padrão de ensinamento, primeiro a mensagem do evangelho. Não estamos preocupados somente em atrair as pessoas emocionalmente ou na área da vontade; estamos preocupados em "pregar a Palavra". Os apóstolos não foram enviados simplesmente para produzir re- sultados e mudar as pessoas. Eles foram enviados para "pregar o evangelho", para "pregar a verdade", para pregar e proclamar "Jesus e a ressurreição" — esta mensagem, esta forma de doutrina, este depósito! Estes são os termos usados no Novo Testamento, e a Igreja certamente produzirá monstruosidades espirituais se não colocar isto em primeiro lugar.
  • No capítulo anterior, consideramos as pessoas que são infelizes e nunca realmente se regozijam em sua vida cristã, porque fracassam em manter um equilíbrio entre a mente, o coração e a vontade.
  • e crer e aceitar a salvação fosse tudo que é preciso, então as epístolas não teriam sido necessárias — na verdade, de certa forma nem haveria necessidade da Igreja. As pessoas seriam salvas e viveriam felizes para o resto das suas vidas como cristãs.
  • Se alguém que está lendo minhas palavras está enfrentando algum problema, deixe-me dizer isto: o fato de que você se sente infeliz ou perturbado não significa que não seja um cristão. Na verdade, digo mais: se você nunca teve problemas em sua vida cristã, eu duvido seriamente que realmente seja um cristão
  • ...embora Satanás não possa roubar-nos a nossa salvação, ele definitivamente pode roubar-nos a nossa alegria.
  • ...conforme é apresentada no Novo Testamento; e isto é a essência do tratamento desse problema. Quero expressar isso de forma clara e brusca, para enfatizá-lo, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado. Num certo sen- tido, as pessoas que estão nessa situação não devem orar para serem libertas dela! É o que sempre fazem; e é o que invariavelmente estavam fazendo quando vêm em busca de ajuda — de fato, é o que geralmente lhes dizem que devem fazer. Ora, o cristão deve orar sempre, o cristão deve "orar sem cessar", mas este é um ponto em que o cristão deve parar de orar por um momento, e começar a pensar! Sim, porque há certos problemas na vida cristã, meu amigo, a respeito dos quais eu digo que, se você não fizer outra coisa além de orar sobre eles, jamais os resolverá. Há ocasiões em que você deve parar de orar, porque sua oração talvez não esteja fazendo mais do que relembrá-lo do seu problema, e mantendo sua mente fixa nele. Então, você precisa parar de orar e começar a pensar, e esclarecer sua doutrina.
  • Pode pensar em coisa pior? Ele odiava até o nome de Jesus Cristo de Nazaré, fez tudo que pôde para exterminar Seus seguidores, foi até Damasco, "respirando ameaças e morte" contra eles. Esta era sua condição — perseguidor e blasfemo. E ele diz: "Eu sou uma prova ; o que quer que pensem a respeito de si mesmos, comparem isso comigo, e vejam onde estão". Esse é o primeiro argumento. Você pensa no caso dele e diz a si mesmo: "Se ele obteve misericórdia, se ele foi perdoado, eu preciso reconsiderar esse pecado na minha vida". É aí que você começa.
  • O que ele realmente está dizendo é que, quanto mais o homem se aproxima de Deus, tanto maior ele vê o seu pecado. Quando um homem vê a escuridão de sua própria alma, ele diz: "Sou o principal dos pecadores".
  • "Não faças tu comum ao que Deus purificou". "Você percebe o que está fazendo?" era o que Deus estava dizendo; "você está Insistindo em chamar de comum e imundo algo que Eu mandei que matasse e comesse. Não faças tu comum ao que Deus puri-ficou". É precisamente isso que eu diria a qualquer pessoa a quem o diabo escravizou em depressão espiritual por anos, devido a algum pecado em particular, algum evento infeliz de sua vida passada. Não importa o que tenha sido. O que lhe digo, em nome de Deus, é isto: "O que Deus purificou — pelo sangue do Seu unigênito Filho — não o considere comum ou imundo". "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" — e de toda a injustiça. Creia na Palavra de Deus, meu amigo. Não continue a orar freneticamente para ser perdoado daquele pecado. Creia na Palavra de Deus. Não Lhe peça uma mensagem de perdão. Ele já o lhe deu. A sua oração pode muito bem ser uma expressão do incredulidade neste ponto. Creia nEle e em Sua Palavra.
  • A vida cristã é uma vida de um equilíbrio muito sensível. É uma de suas características mais notáveis. Já foi comparada a um homem an- dando sobre a lâmina de uma faca, com a possibilidade de cair facilmente para um lado ou outro. Ao longo do caminho precisamos depender de distinções muito sutis, e aqui está uma delas, a distinção entre
  • Nunca devemos nos preocupar, por um segundo sequer, a respeito de coisas que não podem ser mudadas ou desfeitas por nós. É um desperdício de energia. Se você não pode fazer nada a respeito de uma situação, pare de pensar sobre ela; nunca mais olhe atrás para ela, nunca mais pense nela.
  • Sempre é errado hipotecar o presente ao passado, é sempre errado permitir que o passado atue como um freio sobre o presente. Deixe que o passado morto sepulte os seus mortos.
  • Quero colocar isso de forma positiva, para terminar. Eu afirmei que parte do problema dessas pessoas é que elas ainda estão morbidamente preocupadas consigo mesmas, e até agora não aprenderam, como cristãs, que devem negar a si mesmas, tomar a cruz e seguí-lo, e deixar tudo — passado, presente e futuro — em Suas mãos. Ah, sim, mas por que estão morbidamente preocupadas consigo mesmas? A resposta é que não estão ocupadas o suficiente com Ele! O problema real é nossa falha em conhecê-lo e os Seus caminhos como devíamos. Se tão somente gastássemos mais tempo olhando para Ele, logo nos esqueceríamos de nós mesmos. Eu disse há pouco que, depois de entrar na exposição, você não deveria ficar parado na porta lamentando o fato de ter chegado tarde — deveria passar a examinar os tesouros. Quero transferir isso para a esfera espiritual. Você entrou na vida espiritual. Pois bem, pare de olhar para si mesmo e comece a se deleitar nEle! Qual é a diferença entre um cristão e um não-cristão? Paulo, na segunda epístola aos Coríntios, capítulo 3, diz que a diferença é esta: que um não-cristão é alguém que olha para Cristo e para Deus com um véu sobre seus olhos, e portanto não pode ver. O que é um cristão? Esta é sua descrição (versículo 18): "Mas todos nós" — cada um de nós, como cristãos
  • E então prossiga, aprendendo que no Seu reino o que importa não é a extensão do seu serviço, mas sua atitude para com Ele, seu desejo de agradá-lo.
  • Essa é a mensagem da parábola. Deus tem uma forma diferente de olhar para as coisas. Ele não vê como os homens vêem; Ele não avalia como os homens fazem; tudo é pela graça do começo ao fim.
  • Em outras palavras, ainda que esteja certo pensarmos sobre o futuro, está errado ser controlado por ele. O problema com as pessoas que são prisioneiras desses temores é que elas são controladas pelo futuro, são dominadas por pensamentos a respeito dele, constantemente torcendo as mãos em desespero, sem fazer nada, deprimidas pelos seus temores.
  • Em outras palavras, precisamos aprender a dizer que o que importa em qualquer uma dessas questões, não é o que é verdade a meu respeito, mas o que é verdade a respeito dEle.
  • No momento em que o Espírito Santo entra numa pessoa, Ele controla tudo, inclusive o temperamento, capacitando-a então a operar através do seu temperamento. Esse é o milagre da redenção. O temperamento permanece, porém não está mais no controle. O Espírito Santo está no controle.
  • Vocês já perceberam que a essência deste problema é que estas pessoas medrosas realmente estão absorvidas demais em si mesmas — "Como posso fazer isso? E se eu falhar?" "Eu" — estão constantemente voltadas para si mesmas, olhando para si mesmas e preocupadas consigo mesmas. E é aqui que o espírito de amor entra, porque só há um modo de alguém se libertar de si mesmo. Há somente uma cura para isso. Ninguém pode tratar com seu próprio "eu". Esse foi o erro fatal daqueles pobres homens que se tornaram monges e eremitas. Eles conseguiram se afastar do mundo e das outras pessoas, mas não conseguiam se afastar de si mesmos. O nosso "eu" está dentro de nós e não podemos nos livrar dele; quanto mais nos mortificarmos a nós mesmos, mais a nossa natureza vai atormentar-nos.
  • Não devemos pensar em nós mesmos como pessoas comuns. Não somos pessoas naturais; nós nascemos de novo.
  • Devia ser impossível, mas é na verdade um fato. Não devia existir tal coisa, mas existe, e é nosso dever, de acordo com os ensinamentos das Escrituras, tanto do Velho como do Novo Testamento, tratar desse problema.
  • Leiam a história de qualquer avivamento que já houve, e descobrirão que o começo sempre foi o mesmo. Um homem, ou às vezes um grupo de pessoas, subitamente foi despertado para a verdadeira vida cristã, e outros começam a prestar atenção. Reavivamente sempre começa na Igreja, e quando o mundo vê isso, começa a prestar atenção. É por isso que nossa condição como crentes é tão importante.
  • Na verdade, eu creio que um dos maiores problemas em nossa vida neste mundo, não só para cristãos, mas para todas as pessoas, é lidar corretamente com nossas emoções e sentimentos.
  • Antes de tudo, obviamente, na verdadeira experiência cristã, as emoções têm que estar envolvidas. Elas devem estar incluídas. Vimos isso quando consideramos aquela grande declaração que Paulo fez aos romanos no capítulo 16, versículo 17. A ênfase ali é que o evangelho de Jesus Cristo é tão grande e glorioso que envolve o homem todo, e não apenas uma parte dele. O que eu quero mostrar agora, portanto, é que nossas emo- ções, tanto quanto nossa mente e nossa vontade, devem estar ativamente envolvidas. Se nunca fomos tocados em nossas emoções, então precisamos examinar as bases novamente.
  • Ele não criou duas pessoas iguais, e devemos permanecer diferentes. Sim, temos o nosso temperamento, mas não há nada mais errado e anti-cristão do que permitir que nosso temperamento nos controle.
  • As emoções são essenciais, mas se pressupomos que certas emoções são essenciais, podemos muito bem nos tornar vítimas do diabo, passando o resto da nossa vida na infelicidade, "presos em superficialidade e miséria", embora sejamos verdadeiramente cristãos.
  • Considero esta, talvez, a regra mais importante de todas, que não devemos nos concentrar demais nas emoções. Não gaste tanto tempo sentindo seu próprio pulso e tirando sua própria temperatura espiritual, não gaste tanto tempo analisando seus sentimentos. Essa é a estrada principal que leva à morbidez.
  • Regozijar-se é uma ordem, sim, mas há uma grande diferença entre regozijar-se e ser feliz. Não podemos nos forçar a sermos felizes, mas podemos nos regozijar, no sentido de que sempre vamos nos regozijar no Senhor. Felicidade é algo dentro de nós mesmos, regozijo é "no Senhor"
  • Um ladrão na cruz foi salvo, para que ninguém se desespere; mas somente um, para que ninguém presuma".
  • Aqui, então, está o princípio em que devemos nos concentrar. Qual é? Qual é a doutrina? É que na vida cristã tudo é pela graça, do começo ao fim. Essa é a mensagem, essa é a doutrina, esse é o princípio. Já examinamos resumidamente o ensino desta parábola num capítulo anterior, mas estávamos preocupados então com um ponto específico, isto é, que por causa deste grande princípio da graça, aqueles que entram no fim são iguais àqueles que entraram no começo.
  • Que coisa trágica que cristãos possam ser miseráveis e murmuradores, em vez de se regozijar em Cristo Jesus. É um resultado do fato de que se esqueceram que tudo é pela graça. Eles se esqueceram deste grande princípio que permeia a vida cristã toda, do começo ao fim.
  • Não importa o que for, quer seja oração ou qualquer outra coisa, de forma alguma devo argumentar que, porque eu fiz uma certa coisa, tenho o direito de receber algo em troca — nunca.
  • Tudo na vida cristã é pela. graça, do começo ao fim. Pensar em termos de barganha, e resmungar por causa dos resultados, revela desconfiança dEle, e precisamos vigiar nosso próprio espírito, para que não abriguemos o pensamento de que Ele não está nos tratando de maneira justa.
  • Oh, amigos cristãos, não façam barganhas com Deus! Se o fizerem, receberão apenas o que estava no acordo; mas se deixarem tudo nas mãos dEle e de Sua graça, provavelmente receberão mais do que poderiam imaginar.
  • Subo ao púlpito em fraqueza, e termino com poder. Subo com auto-confiança e acabo me sentindo um tolo. É a contabilidade de Deus. Ele nos conhece muito melhor do que nós conhecemos a nós mesmos. E está sempre nos surpreendendo. Nunca se sabe o que Ele vai fazer. Sua contabilidade é a coisa mais romântica que conheço neste mundo.
  • Na verdade, posso ir ainda mais longe, neste contexto, e dizer que provavelmente a coisa que mais precisamos vigiar é o nosso ponto forte. Todos temos a tendência de falhar, em última análise, no nosso ponto mais forte!
  • É isso que eu chamo de "mentalidade de Pedro" — instável, o tipo de pessoa que está no topo da montanha ou no mais profundo vale, ou cheio de entusiasmo e vibração, fazendo-nos sentir que não estamos fazendo coisa alguma, ou então totalmente desencorajado, ameaçando abandonar completamente a vida cristã. Vocês conhecem esse tipo de pessoa.
  • Muitas vezes vamos de encontro à depressão, caímos em dúvidas ao nos intrometermos com coisas que deveriam ser evitadas. Estou me referindo a certos tipos de literatura, ou à tolice de nos aventurarmos em certos argumentos que vão além da nossa capacidade intelectual.
  • Sua fé ainda estava presente, porém, de acordo com o ensino do Senhor aqui, quando nossas dúvidas nos controlam, isso é uma indicação de que nossa fé é fraca. Nunca deveríamos permitir que isso acontecesse. Dúvidas vão nos atacar, mas isso não significa que devemos permitir que nos controlem. Jamais devemos permitir isso.
  • Esse sempre é o problema com uma fé fraca, ela volta a formular perguntas que já tinham sido resolvidas e respondidas.
  • Para deixar isso bem claro, quero dizer que não vou me gloriar nem sequer na minha ortodoxia, porque até mesmo ela pode se transformar numa armadilha, se eu a tornar num ídolo. Vou me gloriar somente na bendita Pessoa por quem tudo isto foi feito, com quem eu morri, com quem fui sepultado, com quem estou morto para o pecado e vivo para Deus, com quem eu ressuscitei, com quem estou assentado nas regiões celestiais, por quem o mundo está crucificado para mim e eu estou crucificado para o mundo. Qualquer coisa que queira se colocar no centro que é dEle, qualquer coisa que queira se acrescentar a Ele, eu a rejeito. Conhecendo a mensagem apostólica com respeito a Jesus Cristo, em sua integridade, sua simplicidade e sua glória, longe de nós acrescentar qualquer coisa a ela. Que nos regozijemos nEle em toda a Sua plenitude — e nEle somente.
  • Pode ser que tenhamos feito tudo com nossas próprias forças, em vez de operar no poder do Espírito. Talvez tenhamos trabalhado com uma energia puramente carnal, humana e física. Talvez tenhamos tentado fazer o trabalho de Deus por nós mesmos; e é claro que, se tentamos fazer isso, só poderá haver um resultado, seremos esmagados, pois é um trabalho muito elevado. E assim precisamos nos auto-examinar, para ver se há algo errado na maneira como vimos trabalhando. É possível para um homem pregar através da sua energia carnal, mas se o fizer, logo estará sofrendo de exaustão e depressão espiritual.
  • Às vezes penso que toda a arte da vida cristã é a arte de fazer perguntas.
  • É uma regra das Escrituras, uma regra que é confirmada e exemplificada pela longa história da Igreja e seus santos, que quando Deus tem uma tarefa particularmente grande ou difícil para um homem, Ele geralmente o prova.
  • A grande preocupação de Deus por nós é, primariamente, não a nossa felicidade, mas nossa santidade.
  • É muito difícil sermos humildes se somos sempre bem sucedidos; então Deus nos corrige através do fracasso, às vezes, para nos humilhar e assim nos manter humildes. Examinem suas vidas e vejam esse tipo de coisa acontecendo.
  • O grande problema da vida, num certo sentido, é deitar-se para descansar e dormir. "Eu me deitei e dormi", diz o salmista. Qualquer pessoa pode se deitar, mas a pergunta é: ela pode dormir? O salmista conta que estava cercado por inimigos, e por dificuldades e provações, e o seu poderoso testemunho é que, apesar de tudo isso, ele podia se deitar e dormir, e acordar seguro e confiante de manhã, porque confiava no Senhor. Por que? Porque o Senhor estava com ele, guardando-o.
  • O que, então, o apóstolo nos diz? Ele apresenta a solução na forma de uma injunção positiva. "Vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus". Essa é a resposta. Mas é de importância vital que saibamos precisamente como tratar disso. O apóstolo diz: "Vossas petições sejam conhecidas diante de Deus". "Ah", dizem muitos sofredores, "mas eu já tentei, eu já orei; e não encontrei a paz de que você fala. Não obtive resposta. Não adianta me dizer para orar". Felizmente para nós, o apóstolo também entendeu isso, e deixou-nos instruções específicas sobre como cumprir sua exortação. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças".
  • Paulo nos diz que aprendeu como fazer isso. Ele experimentou todo tipo de provas e tribulações, e no entanto não se deixou afetar por elas. Vamos então examinar o outro lado. "Sei ter abundância", diz Paulo. "Sei como ter fartura, como ser honrado". E isso também é difícil! Como é difícil para a pessoa rica não sentir completa independência de Deus. Quando somos ricos e podemos arranjar e manipular tudo, tendemos a nos esquecer de Deus. A maioria se lembra dEle quando está abatido. Quando estamos em necessidade, começamos a orar, mas quando temos tudo, como é fácil esquecer de Deus! Vou deixar com vocês a decisão sobre qual das duas situações é mais difícil.
  • O professor Whitehead expressou uma grande verdade quando disse em sua definição de religião, que "religião é o que o homem faz com sua própria solidão". Você e eu, em última análise, somos o que somos quando estamos sozinhos. Confesso que para mim, em certo sentido, é mais fácil pregar de um púlpito do que estar sozinho em meu escritório; provavelmente é mais fácil para a maioria dos cristãos apreciar a presença do Senhor em companhia de outros cristãos do que quando estão sozinhos. Paulo quer que venhamos a usufruir do que ele desfrutava. Ele tinha um amor a Deus que o libertava de tudo que estava acontecendo, ou podia vir a acontecer a ele — em tudo, em todas as coisas, onde quer que estivesse, o que quer que estivesse acontecendo, ele estava contente. Humilhado ou honrado, em necessidade ou fartura, não tinha importância — ele tinha essa vida, essa vida escondida com Cristo.
  • Afinal, a vida cristã é uma vida, é um poder, é uma atividade. Temos a tendência de nos esquecermos disso. Não é apenas uma filosofia, não é um ponto de vista, não é um ensino ou doutrina que adotamos e tentamos pôr em prática. É tudo isso, mas é algo infinitamente mais. A própria essência da vida cristã, de acordo com os ensinos do Novo Testamento, é que ela é um imenso poder que entra em nós; é uma vida, se preferirem assim, que está pulsando em nós. É uma atividade, e uma atividade que vem de Deus.
  • Precisamos, portanto, se vamos fazer justiça a esta doutrina, salvaguardar a verdadeira posição. A vida cristã não é uma vida que eu mesmo vivo, por meu próprio poder; nem é uma vida em que sou obliterado e Cristo faz tudo. Não — "posso todas as coisas naquele que me fortalece". Acho que posso explicar isso melhor contando como um velho pregador, famoso no século passado, certa vez o expressou ao pregar sobre este texto. Aqueles velhos pregadores costumavam às vezes pregar de forma bastante dramática. Elaboravam uma espécie de diálogo com o apóstolo no púlpito. Então esse velho pregador começou a pregar sobre este texto, desta forma: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece". "Um momento, Paulo — o que foi que você disse?" "Posso todas as coisas". "Paulo, isso é vanglória! Você está declarando que é uma espécie de super-homem?" "Não, não, posso todas as coisas". Bem, o velho pregador continuou com o diálogo. Ele interrogou Paulo e citou todas as declarações feitas pelo apóstolo, em que ele dizia que era o menor de todos os santos, etc. "Você geralmente é tão humilde, Paulo, e agora vem me dizer que pode todas as coisas. Você não está se vangloriando?" E então finalmente Paulo diz: "Posso todas as coisas através de Cristo". Oh, desculpe-me, disse o velho pregador; "Oh, perdão, Paulo; eu não tinha entendido que havia dois aí". Ora, acho que isso explica tudo de forma perfeita. "Posso todas as coisas naquele que me fortalece". São dois, na verdade. Não apenas eu, não apenas Cristo; eu e Cristo, Cristo e eu, somos dois.
  • Não há assunto mais discutido do que poder na pregação. "Oh, se eu tivesse poder na pregação", diz o pregador, e então cai de joelhos e ora por poder. Acho que isso é errado. Certamente é, se for a única coisa que o pregador faz. O caminho para ter poder na pregação é preparar sua mensagem com cuidado, estudando a Palavra de Deus, analisando-a, fazendo o melhor possível. Essa é a mensagem que Deus provavelmente mais vai abençoar — a abordagem indireta, em vez da direta. É exatamente a mesma coisa nesta questão de poder e capacidade para viver a vida cristã. Além de orar por poder e capacidade, precisamos obedecer certas regras e leis básicas e primárias.
  • Esse é o romance da vida cristã. E em nenhum outro lugar ele pode ser experimentado mais do que num púlpito cristão. Certamente há romance na pregação. Já afirmei muitas vezes que o lugar mais romântico da terra é o púlpito. Subo as escadas do púlpito domingo após domingo; e nunca sei o que vai acontecer. Confesso que, por várias razões, muitas vezes chego sem esperar coisa alguma; mas de repente o poder é dado. Em outras ocasiões, vou pensando que tenho muito, por causa de toda a minha preparação; mas descubro que não há poder algum. Graças a Deus que é assim! Faço o melhor que posso, mas ele controla os recursos e o poder, e Ele o infunde. Ele é o médico celestial e conhece todas as variações da minha condição. Ele observa a minha pele, sente o meu pulso; sabe como minha pregação é inadequada, Ele conhece todas as coisas. "É isso", diz Paulo; "sou capaz para todas as coisas através daquele que está constantemente infundindo Sua força em mim".Essa, então, é a receita. Não agonize, meu irmão, em oração, implorando que Ele lhe dê poder. Faça o que Ele mandou você fazer. Viva a vida cristã. Ore, medite nEle. Gaste tempo com Ele e peça que Ele Se manifeste a você. E se você fizer isso, pode deixar o resto com Deus. Ele lhe dará forças — "como os teus dias, assim será a tua força". Ele nos conhece melhor do que nós conhecemos a nós mesmos, e de acordo com nossa necessidade será a nossa provisão. Faça isso, e você poderá dizer, com o apóstolo: "Sou capaz (fortalecido) para todas as coisas através daquele que infunde a Sua força em mim