quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O DEUS ESQUECIDO, Francis Chan


  • Quando se trata de referência do sucesso nos cultos das igrejas, a importância da frequência superou a ação do Espírito Santo. O modelo de adoração baseado no “entretenimento” foi ampla mente adotado nos anos 1980 e 1990. Embora contribua para nos libertar do tédio por mais ou menos duas horas por semana, esse modelo encheu nossas igrejas de consumidores preocupados apenas com eles mesmos, em vez de servos dispostos a qualquer sacrifício e em constante comunhão como Espírito Santo.
  • A igreja se torna ir relevante quando ela não passa de uma simples criação humana. Não temos condições de ser tudo o que fomos criados para ser quando tudo em nossa vida e em nossas igrejas se explica sem a obra e a presença do Espírito de Deus.
  • Talvez o que nos falte não seja teologia, e sim integridade teológica.
  • Algumas pessoas falam demais (ou mesmo se gabam) a respeito do Espírito Santo, mas a vida delas não demonstra carregar o fruto. Outras falam do Espírito Santo em termos teóricos ou acadêmicos, mas não o experimentam em ação. Há ainda os que o ignoram em qualquer aspecto prático e, como é de esperar, raramente vivem um relacionamento ou intimidade com o Espírito. Por fim, encontramos aquele tipo raro de pessoa que não fala com frequência sobre isso, porém sua vida demonstra de forma poderosa a presença e a atividade do Espírito Santo.
  • ...não podemos jamais dizer que “agora chega” de Deus. Ele é infinito, e nós, finitos; sempre haverá mais de seu caráter para descobrirmos, mais de seu amor para sentirmos e mais de seu poder para usarmos no cumprimento de seus propósitos.
  • Temos imitado o mundo, buscado a aceitação popular, inventado deleites para substituir a alegria do Senhor e produzido um poder barato e sintético para tomar o lugar do poder do Espírito Santo. A.W. Tozer
  • Até mesmo nossa igreja pode crescer sem a ajuda dele. Seja mos sinceros: se você combinar um orador carismático, um grupo musical talentoso para a adoração musical e alguns eventos criativos e bem interessantes, as pessoas freqüentarão sua igreja. Isso, porém, não significa que o Espírito Santo de Deus esteja operando e se movendo na vida das pessoas que estão chegando. Quer dizer apenas que você criou um espaço cujo apelo é suficiente para atrair as pessoas por uma ou duas horas a cada domingo.
  • Pode ser que essa ilustração seja um pouco ridícula, mas, se eu dissesse a você que tive um encontro com Deus no qual ele entrou em meu corpo e me concedeu uma capacidade sobrenatural de jogar basquete, não seria natural esperar de mim uma incrível melhoria em meus arremessos, em minha marcação e em minha velocidade na quadra? Afinal de contas, é de Deus que estamos falando. E se você não visse nenhuma mudança em meu desempenho como atleta? Não questionaria a validade de meu “encontro”? .
  • Servir a Deus e seguir o caminho de Jesus envolve muito mais coisas do que reunir um grupo de pessoas talentosas para realizar um culto.
  • ̀as vezes, me esqueço dessa verdade e fico implorando, como se ele precisasse ser convencido de alguma coisa. E uma ideia tão ridícula quanto meus filhos pensarem que precisam me implorar um abraço. Abraçá-los é algo que me agrada muito.
  • Em geral, Deus responde com um“não”aos pedidos por coisas que não foram prometidas.
  • As vezes, o pecado que' cometemos se torna algo tão enraizado em nossa vida que exige o mesmo tipo de processo para que possamos nos libertar. O Espírito Santo não quer nos magoar ou fazer sofrer, mas ele deseja que nos assemelhemos a Cristo, e isso pode constituir um processo doloroso.
  • Em resumo, impedimos o Espírito Santo de penetrar em nossa vida por medo de ficarmos parecidos com “eles”
  • Quando permitimos que a opinião de outras pessoas a nosso respeito (ou mesmo nossa impressão a respeito da opinião delas!) controle a nossa maneira de viver, ficamos escravizados. Somos envolvidos pela mentalidade deste mundo e não vivemos como cidadãos do céu, o que constitui outro tipo de reino completamente diferente.
  • Não tenho sequer a certeza de como devo rotular minha igreja atual. Tudo o que sei é que cremos, com convicção, no Espírito Santo e desejamos experimentar mais e mais dele a cada minuto. Quando damos a devida atenção a isso, será que sobra alguma outra coisa que realmente precisemos saber? Será que precisamos rotular uns aos outros como “conservadores”, “carismáti cos” ou “radicais”? Qual o objetivo disso? Vamos nos concentrar em crer nas promessas que Deus nos fez, na submissão de nossos temores a ele e na rendição de nossa vida de maneira integral à obra e ao desejo de Deus e de seu Espírito Santo.
  • Por isso, enquanto a boa teologia pode nos levar a viver uma vida de temor a Deus, uma teologia ruim sempre aponta para a direção errada.
  • Ele é incompreensível, incomparável e completamente diferente de qualquer outro ser. Está além de nossa dimensão de existência e, por essa razão, além de nossa capacidade de classificá-lo. As analogias podem até ser úteis na compreensão de determinados aspectos de Deus, mas devemos tomar cuidado para não achar que elas podem, de alguma maneira, esgotar a explicação sobre a natureza divina.
  • Acredito que, se realmente nos importássemos coma tristeza do Espírito Santo, haveria menos brigas, divórcios e divisões em nossas igrejas. Talvez isso não aconteça por falta de fé, e sim por falta de preocupação. Oro pelo dia em que os cristãos se importarão mais coma tristeza do Espírito do que com a própria.
  • A vida cristã, em todos os seus aspectos —intelectual, ético, devocional, relacionai, nas explosões de adoração e no testemunho público , é sobrenatural; apenas o Espírito pode dar início e sustentação a ela. Por isso é que, longe dele, não só deixam de existir cristãos vivos e congregações vivas, como também deixam de existir quaisquer tipos de cristãos e congregações. J.I Packer
  • Nosso desejo de viver deve ser baseado na intenção de louvar e glorificar o Deus que, antes de tudo, foi o responsável por nos colocar na terra.
  • Não podemos, de maneira alguma, falar a respeito do Espírito Santo sem entrar na questão das nossas motivações.
  • O Espírito deseja nos usar quando nosso coração está alinhado com sua visão, quando estamos cheios de um amor genuíno pela igreja e quando deseja mos ver a igreja crescer em amor por Deus e pelos outros.
  • Um sinal claro da operação do Espírito Santo é o engrandecimento de Cristo, e não das pessoas.
  • Quando o Espírito Santo opera verdadeiramente, Deus é o único que recebe louvor. Jesus é o único exaltado.
  • Deus nos chama para buscá-lo, e não para buscar as coisas que ele pode fazer por nós ou mesmo em nosso meio.
  • Já tentei, por várias vezes, determinar o que o Espírito Santo de veria fazer. Eu queria direcioná-lo, dizendo a ele o que fazer e quando fazer. A ironia é que o Espírito Santo foi enviado para nos orientar.
  • Todos nós temos de responder a esta pergunta: “Será que quero guiar o Espírito ou ser guiado por ele?”.
  • Ele está aqui conosco para realizar os propósitos de Deus, e não os nossos.
  • Nossa falta de intimidade como Senhor é, em geral, resultado de nossa recusa em nos desligarmos de tudo e rompermos os canais de comunicação com as outras pessoas para podermos passar momentos a sós com Deus.
  • Na verdade, as decisões que faremos no ano que vem serão influenciadas, em grande medida, pelo nosso grau de submissão ao Espírito Santo neste momento, nas decisões de hoje.
  • Minha esperança é que, em vez de buscar “a vontade de Deus para minha vida”, cada pessoa aprenda a buscar “a orientação do Espírito Santo para minha vida hoje”.
  • No entanto, quando olho para nossas igrejas, é exata mente isso que vejo: muita gente que apenas adicionou Jesus à vida. São pessoas que, em certo sentido, pediram-lhe que se unisse à jornada da vida delas, para segui-las aonde quer que elas forem, em vez de seguir em o Mestre, como fomos orientados pelo Pai.
  • ....você não precisa do Espírito Santo se busca apenas viver uma vida quase moral e freqüentar a igreja regular mente. É possível encontrar gente de todo tipo em muitas religiões se saindo muito bem sem ele. Você só precisa da orientação e da ajuda do Espírito Santo se quiser, de fato, seguir o Caminho de Jesus Cristo.
  • Há coisas na terra das quais eu gosto mesmo, como surfar, jogar golfe, comer fora e me divertir com os amigos. Sei o que você está pensando: que essas coisas não são pecado. E está certo. Mas isso não quer dizer que o Espírito jamais me pedirá para abrir mão de algumas delas eventualmente, ou mesmo em definitivo, para que se cumpram seus propósitos e a glória do Pai seja manifestada.
  • Os cristãos não podem jamais perder o Espírito, mas precisam buscar ser cheios dele o tempo todo .
  • A partir de determinado momento, é impossível viver no poder do Espírito Santo e do pecado ao mesmo tempo. O pecado faz oposição total a tudo o que é do Espírito. Eles são mutuamente excludentes e totalmente contrários um ao outro.
  • Se ele habita de fato em sua vida, então você só pecará quando não der ouvidos à orientação do Espírito Santo.
  • Temos a tendência de trocar a vida no evangelho da graça pela confiança em qualquer sistema que funcione bem.
  • Estou querendo dizer que uma multidão cada vez maior e cheia de energia não é necessariamente uma evidência da obra do Espírito Santo.
  • Não quero que meu currículo esteja desvinculado do Espírito Santo.
  • Deus quer que sua noiva, a igreja formada por aqueles que clamam por seu nome, seja bem mais do que isso. Ele não está interessa do em números. Ele se importa muito mais com a fidelidade, não como tamanho de sua noiva.
  • Seja qual for a sua necessidade, a questão é que Deus está atento a você e às suas circunstâncias, e ele sabe do que você precisa de fato. Ele é capaz de atrair essas coisas, essas pessoas e essas circunstâncias à sua vida.
  • O que mais me perturba é quando não nos sentimos incomodados com o fato de a presença divina dentro de nós não ter produzido uma diferença tão grande a ponto de as pessoas notarem. Muita gente que freqüenta igrejas e contenta comum pouquinho de paz, em vez de desfrutar da “paz de Deus, que excede todo o entendimento”(Fp4:7).
  • Nós nos concentramos naquilo que Deus deseja que façamos e esquecemos do tipo de pessoa que ele deseja que sejamos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

DE PASTOR PARA PASTOR - Erwin Lutzer



  • Alguns ministros raramente experimentam dois dias seguidos de bonança. O que os sustenta é saber que Deus os colocou onde estão. Ministros sem essa convicção com frequência perdem a coragem e andam com a carta de demissão no bolso do paletó. Ao menor sinal de dificuldade, vão embora. 
  • “Quando perdemos a capacidade de valorizar a maravilha da nossa comissão, tornamo-nos vendedores comuns, num mercado comum, tagarelando sobre mercadorias comuns” John Jowett
  • Deixe-me arriscar uma definição de chamado. O chamado de Deus é convicção interior, dada pelo Espirito Santo e confirmada pela palavra e pelo corpo de Cristo. 
  • ...o carater sempre deve estar no centro de qualquer avaliação de chamado. 
  • Muitos pastores que caíram podem ser restaurados como irmãos, mas se tornaram desqualificados para a liderança espiritual. 
  • Os pastores estão constantemente sujeitos a avaliação do publico. Pregue nove mensagens e uma “sem pé nem cabeça” e algumas pessoas se lembrarão apenas desta ultima. 
  • Se formos egocêntricos sempre desejando saber quanto somos apreciados, logo nos tornaremos escravos do nosso índice de popularidade. 
  • Quanto mais as pessoas são abençoadas por nosso ministério, maiores serão suas expectativas. 
  • “Os que já estão embaixo nao precisam ter medo de cair” Bunyan
  • Nao podemos permitir que nosso sucesso imponha responsabilidades alem de nossas forcas e capacidades.Nossa auto-imagem sempre deve ser ajustada a realidade. Saber dizer nao educadamente é uma característica essencial de um homem que submete a própria vontade a Deus. 
  • Todo líder tem quem o critique. Se somos melindrosos, se nao conseguimos tolerar diferenças de opinião e se nos recusamos a aprender com as criticas, ainda estamos presos a reputação. 
  • Deus tem a prerrogativa de abençoar algumas pessoas mais do que achamos que devesse. Não fosse essa graça, todos estaríamos perdidos. 
  • Ironicamente as vezes a pessoa que mais demonstra amizade para com o pastor quando ele assume a igreja é justamente o que mais tarde se volta contra ele. 
  • Alguns pastores são tão melindrosos diante das criticas, que tendem a rejeitar qualquer comentário negativo. Entretanto, mesmo quando achamos que a pessoa esta sendo injusta, pode haver alguma verdade no que ela diz. 
  • “A mente humana não é aberta nem oca. Tem um lacre sempre bem fechado e nenhuma ideia pode penetrar a força. Ela se abre somente quando o dono sente necessidade de a abrir. Ainda assim, porem as ideias precisam ser filtradas por experiências, hábitos, preconceitos, medos e suspeitas” Haddon Robinson
  • Se gastarmos tanto tempo preparando o coração quando gastamos preparando a mente, a congregação saberá que estão ouvindo a voz de Deus. Nossa total dependência da graça divina ficará evidente. 
  • Creio que chegou o momento de lutarmos contra a ideia de que a igreja é um exercito de voluntários. Desde quando Deus dá opcao de alistamento? Ele põe em debate as condições do nosso compromisso? Só se deve esperar fidelidade dos assalariados? Temos o direito de esperar menos no domingo do que esperaríamos na segunda-feira?
  • Nao tenha medo de perder alguns lideres. Se necessário, deixe alguns cargos vagos. Essa opcao é melhor que preencher o cargo com outro indolente. Procure e espere um substituto qualificado e confiável. Ore. E ore novamente. 
  • Pastores, precisamos mostrar fidelidade em nossas funções. Deus no final levantará um grupo de soldados dedicados, dispostos a suportar dificuldades pela causa de Cristo. O aumento do numero de crentes submissos, qualificados e profundamente comprometidos deve começar connosco. 
  • Usar a língua para conquistar apoio para nossas concepções é espalhar o fogo do inferno dentro da igreja. 
  • Falar como cidadão é uma coisa, mas usar o púlpito como plataforma para campanha política é outra. Devemos lembrar que temos a responsabilidade de falar a verdade a todos os partidos políticos, devemos defender a verdade em todas áreas da vida, nao ousemos confundir a cruz com emblemas partidários e políticos. 
  • O problema é que, quando as pessoas pensam em cristianismo, nao pensam mais em Cristo, o que lhes vem a mente é uma pauta política. 
  • Em ultima analise, somente o evangelho de Cristo pode conter a onda de decadência moral. 
  • Como pastores, temos de ensinar nossas ovelhas a nao se contentar com nada menos que uma transformação radical só possível pelo evangelho. 
  • Somos estrangeiros e peregrinos que nao podem se dar ao luxo de colocar a esperança na incerteza dos processos políticos. Somente Deus é nosso defensor. 
  • A noiva de Cristo retém o juízo iminente de Deus. O mundo, e digo sem presunção, nao faz ideia de quanto deve a igreja. Quanto a Deus, a igreja é o compromisso numero 1 em sua pauta. Tudo o que ele fez neste mundo está de alguma forma relacionado ao corpo de Cristo, assim,  um dia tudo convergira nele (Ef 1.10)
  • Muitas vezes temos culpado os humanistas pela decadência moral ao nosso redor, sem perceber que Deus pode estar nos julgando por intermédio deles. Foi Jonas, o profeta de Deus e nao os marinheiros pagãos, que causou a tempestade no Mediterrâneo. 
  • Sempre que as leis entrarem em conflito com nossas convicções bíblicas, devemos obedecer a Deus e nao aos homens, mesmo que isso implique ir para a cadeia. 
  • Se nossos problemas fossem apenas políticos, tudo de que precisaríamos seriam soluções políticas. Entretanto, se o problema é espiritual, deve ser tratado da perspectiva espiritual. Se nós, como povo de Deus, nos arrependermos, ele pode agir e restaurar os anos que foram devorados pelos gafanhotos. Em Deus temo o maior poder que poderia ser liberado. Política é a arte de realizar o possível, mas a fé é a arte de alcançar o impossivel. 
  • Jamais subestime os baixos níveis a que podemos chegar para parecermos melhores do que somos. 
  • Inveja é rebelião contra o direito divino e soberano. 
  • A inveja também é pecado contra a bondade de Deus. Tudo o que temos, seja pouco, seja muito é dom de Deus. 
  • A inveja é um pecado contra a bondade e a soberania de Deus. É o vaso dizendo ao oleiro como deve fazer os outros vasos. 
  • Uma definição de esgotamento seria “síndrome de exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal que pode ocorrer entre pessoas que realizam algum tipo de trabalho com pessoas. 
  • Enquanto o estresse é caracterizado pro excesso de envolvimento e participação, o esgotamento é caracterizado pelo afastamento e pela perda de sentido e de esperança. 
  • Temos de estar satisfeitos fazendo a vontade de Deus sem depender da opinião dos homens. 
  • Pastores que negligenciam esse mundo interior logo se tornam incapazes de suportar o peso das exigências externas colocadas sobre eles. 
  • Talvez os pastores que aceitam convites em demasia descubram que nao foram chamados para o salvar o mundo. 
  • “Não permita que sua alegria dependa das pregações, porque chegara o dia em que nao poderá mais pregar. Encontre sua alegria em Deus, pois Ele estará com voce ate o fim.” Martin Loyd-Jones
  • Deus deseja que encontremos a alegria que procede dele e nao das atitudes dos homens - imprevisíveis e ate conflitantes. 
  • Jesus jamais parecia estar sendo pressionado, porque se importava apenas em agradar ao Pai. Devemos aprender com ele a importancia de jogar segundo as orientações do técnico e nao pelo aplauso efémero da torcida. 
  • O Deus de Elias é capaz de acender até mesmo lenha molhada, quando colocada diante dele em submissão e antegozo. 
  • Dentro do maioria evangélico há um lamentável desvio para a aceitação de um cristianismo que nao exige mudanças de vida no caminhar com Deus. 
  • Estamos provando que é difícil encontrar santos dispostos a sofrer quando nos acostumamos a uma cultura abastada. 
  • Entretanto, se ajustarmos as Escrituras a todos os ventos que sopram ficaremos absorvidos pela cultura, que nao teremos nada mais a dizer para ela. No nosso zelo por ser pertinentes, perderemos a voz profética. 
  • A nova filosofia segundo a qual “Deus quer que voce seja rico, feliz e saudável” atrai uma geração pronta a aceitar os benefícios do cristianismo sem a obediência que requer sacrifício. 
  • Son pretexto de ser pertinentes, amáveis e de mente aberta, enfraquecemos o impacto do evangelho. 
  • Não são as pessoas que se dizem cristas que afectarão nosso país: serão as que aceitam pagar o preço e vivem a vida crista autentica. 
  • Nao podemos tolerar o pecado em uma parte da nossa vida e experimentar vitoria em outra. Se fecharmos uma sala de nossa vida para Deus, as trevas se espalham por toda a casa. 
  • Quando o pecado é tratado, a benção flui. 
  • Adorar em espirito é aproximar-se de Deus de todo o coração. Devemos chegar diante dele completos, sem esconder nada nem negligenciar sua vontade. 
  • Na adoração, nossa fome de Deus é satisfeita e aumentada. Na sua presença, desejamos toda a plenitude de Deus e queremos nos livrar do pecado, queremos que a igreja seja purificada e ansiamos pelo retorno de Cristo Sentimos até saudades do céu. 
  • Para muitos cristãos, os sessenta minutos antes do inicio dos cultos dominicais são os mais difíceis da semana. Comer, vestir-se e correr pela casa para terminar as tarefas de ultima hora, saindo depois apressados e mal-humorados para a igreja, não é exactamente um preparo de coração. O que fazemos antes do culto determinará o que acontecerá durante o culto. 
  • Aquele que adora sem base na palavra de Deus está apenas tendo um encontro emocional consigo mesmo. 
  • ...a adoração aceitável é impossivel sem pregação. Pois a pregação é fazer o nome do Senhor conhecido e a adoração é louvar o nome do Senhor, que se fez conhecido. 
  • Nao podemos adorar na igreja a menos que durante a semana tenhamos feito certas escolhas muito difíceis a favor de Deus. Falar da adoração sem considerar a entrega que um avião voe com apenas uma asa. 
  • Em primeiro lugar, nós mesmos temos de ser adoradores. Se nao dedicamos tempo para adorar a Deus de forma significativa, nao podemos esperar que nossa congregação o faça. 
  • “Uma congregação nao se quebranta quando o pastor manda que ela se quebrante. Quebranta-se quando ele se quebranta” Ann Ortlund
  • Se nao formos alimentados pelo pão do céu, teremos de nos saciar com as migalhas do mundo. Depois que estivermos viciados no alimento do mundo, nosso apetite por Deus desaparecerá. 
  • Talvez a igreja nao sofra com os pecados do mundo tanto quanto o mundo sofre com os pecados da igreja.
  • Por nos silenciarmos covardemente em meio ao aborto, a pornografia, a corrosão de nossas liberdades religiosas e por aceitarmos as concessões dentro da igreja, o sal tornou-se insípido e a luz está quase apagando.
  • ...quando nos abrimos para racionalizar sensualidade, egoísmo e cobiça, estamos na verdade admitindo que o Senhor é incapaz de nos libertar do pecado. Em decorrência disso, nao temos nada para dizer a esta geração. 
  • O que o governo pensa pouco importa quando Deus luta a favor de seu povo. 
  • Não é difícil reconhecer os extremos, mas nós como pastores devemos reconhecer nossa culpa por pregar o que é popular em vez de pregar o que é verdadeiro. As vezes, abrandamos a disciplina crista, os padrões bíblicos de liderança eclesiástica e a denuncia bíblica contra o materialismo por temermos afundar o barco. Por que nos indispor com os que nos pagam nosso salário? O toque da trombeta é recebido com irritação pelos que se acham sossegados em Sião. 
  • Sucesso é uma série de escolas correctas. 
  • São muitas as historias de ministérios bem sucedidos. Se nos concentrarmos nelas, logo ficaremos insatisfeitos com nosso quinhão na vinda do Senhor. 
  • Quando estivermos contentes com nossa pequena parte na obra total de Deus na terra, teremos um senso de satisfação e de realização. 
  • A fidelidade, e nao o sucesso como geralmente é definido, é o que o Senhor busca em nós. 
  • Se nossas prioridades nao são bem direccionadas, nosso ministério também nao será. 
  • Evidentemente é possível fracassar aos olhos humanos e ter sucesso aos olhos de Deus. O profeta Isaias foi chamada para ser um fracasso. Se seu ministério fosse medido por estatitiscas, nao ganharia o prémio de melhor profeta. 
  • Sem disciplina, nossa capacidade de funcionar espiritualmente é prejudicada. 
  • Quando paramos de nos comparar mutuamente e nos comparamos Cristo, descobrimos que nao há muita diferença entre nós. 
  • Entretanto, a menos que tenhamos fé, disciplina e humildade, nao seremos capazes de cumprir nosso chamado. 
  • Quando alguém cai em pecado, a diferença entre cristãos carnais e espirituais fica bem clara. Em nome da santidade, os cristãos carnais assumem uma atitude critica, sempre exigindo a punição mais severa. 
  • Nao vamos desistir de todo o torneio só porque o diabo ganhou uma partida. 
  • Se voce nunca entregou sua congregação a Deus, faça isso agora. Descobrirá nova liberdade para servir, quando reconhecer Deus como o legitimo dono do seu povo. 
  • Devemos aprender o que pudermos com os especialistas, mas nunca apontar para os métodos como explicação para o sucesso. Temos de depender de Cristo para o crescimento da igreja e ter certeza de que ele recebe o louvor. 







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Devocional Diário, Luciano Subirá



  • Falhei em períodos em que não estive tão intensamente envolvido com Deus e seu reino, mas falhei também depois de estar bem comprometido com o Senhor e ministerialmente amadurecido. Portanto, quero iniciar nossa reflexão declarando que nem sempre erramos por falta de conhecer determinados princípios bíblicos, mas muitas vezes por mera falta de disciplina.
  • O plano de Deus para nosso relacionamento com Ele envolve a busca diária.
  • Não há meios de se trabalhar com estoque, no que diz respeito à presença de Deus.
  • Muitos de nós achamos que é possível "driblar" o princípio da busca diária e tentamos "encher nosso reservatório" nos cultos. Há pessoas que durante toda a semana não oram e nem lêem a Bíblia, mas acham que um culto é suficiente para mantê-las abastecidas.
  • Aprendi desde o início da minha caminhada com Ele, que a chave de tudo é o tempo investido em relacionamento com o Pai. E apesar, de por temperamento ser uma pessoa mais parecida com Marta, por princípio bíblico tenho forçado meu comportamento a se ajustar ao de Maria.
  • Precisamos aprender as prioridades corretas para crescer espiritualmente. Falta de tempo com Deus é o maior obstáculo ao crescimento do crente.
  • Você pode se questionar sobre muita coisa que faz, mas o fato é que se você tivesse que fazer restar uma única atividade em seu dia, por ser a mais importante, ou a única que verdadeiramente possa ser chamada de necessidade, deveria ser a de estar aos pés do Senhor.
  • Assim como a sabedoria de afiar o corte do machado no rachar lenhas torna o trabalho mais eficaz, também há recursos espirituais que tornarão nosso andar em Deus mais frutífero.
  • O povo de Deus precisa aprender urgentemente esta lição! O que precisamos aprender e provar na prática, é que o tempo gasto com Deus é o machado sendo afiado. Se economizarmos nesta prática, perderemos muito mais tempo e energia depois e não conseguiremos fazer tão bem o serviço...
  • Se conseguirmos transferir a mesma mentalidade e raciocínio para a prática do devocional, tudo será diferente. Estar com Deus é a conta prioritária a ser paga a cada dia, portanto devemos começar por ela, e o resto vai ajustando-se como der!
  • Qual era a importância de subir ao monte pela manhã? A única que temos enxergado em cada versículo até agora: dar ao Senhor as primícias do dia.
  • "Se as primeiras horas da manhã forem consagradas ao Senhor, o restante do dia com as suas diversas tarefas também o será".
  • Se santificamos as primícias do dia, santificamos o dia todo!
  • Acredito que há algo poderoso na oração coletiva, e devemos aprender a orar com outros irmãos, bem como com a Igreja toda reunida. Mas a força do período devocional com Deus reside no princípio de estar a sós com Deus. Isto não só nos ajuda a cultivar a intimidade com o Senhor, como também é um mandamento de Cristo.

CURSO INTENSIVO DE CLINICA PASTORAL (Theologia Online open university)

  • A sua escolha não é feita entre aconselhar ou não aconselhar, mas entre aconselhar de maneira disciplinada e hábil ou aconselhar de modo indisciplinado e inábil.
  • O aconselhamento pode parecer às vezes uma perda de tempo, mas deve constituir uma parte importante do ministério, necessária e biblicamente estabelecida.
  • É indiscutivelmente mais exato afirmar que Jesus fez uso de várias técnicas de aconselhamento
  • Jesus aceitavapessoas pecadoras e necessitadas, mas também exigia arrependimento, obediência e ação.
  • Jesus era absolutamente honesto, profundamente compassivo, altamente sensível e espiritualmente amadurecido.
  • Ensinar tudo o que Cristo ensinou, portanto, inclui instrução na doutrina, mas abrange também ajudar as pessoas a se entenderem melhor com Deus, com o próximo e consigo mesmas.
  • Em contraste com este tom otimista, é provável que para muitos a igreja contemporânea seja mais exatamente descrita como Uma Reunião de Estranhos, com Bancos Cheios e
    Pessoas Solitárias. 
  • A Bíblia não é um livro de receitas infalíveis, destinado a produzir conselheiros geniais. 
  • Vamos reconhecer, porém, que existem muitos cristãos sinceros que terão uma vida eterna mas não gozam de uma vida muito abundante na terra.
  • Compreender a si mesmo é, no geral, o primeiro passo para a cura. Muitos problemas são auto-impostos, mas a pessoa que está sendo ajudada talvez não reconheça que suas         percepções são preconceituosas, suas atitudes prejudiciais e seu comporta- mento auto-destrutivo.
  • O aconselhamento, portanto, inclui ajuda no sentido de fazer com que o aconselhado desaprenda o comportamento negativo e aprenda meios mais eficientes de agir.
  • Num estudo de quatro anos conduzido com pacientes hospitalizados e vários conselheiros, foi descoberto que os pacientes melhoravam quando seus terapeutas mostravam um nível elevado de cordialidade, sinceridade e compreensão empática correta.
  • O conselheiro sincero é "real" — uma pessoa aberta, franca,que evita o fingimento ou uma atitude de superioridade. A sinceridade implica em espontaneidade sem irreflexão e honestidade sem confrontação impiedosa.
  • O bom conselheiro mostra-se sempre sensível a essas questões, capaz de entendê-las e comunicar eficazmente essa compreensão (por palavras ou gestos) ao aconselhado. Esta capacidade de "sentir com" o aconselhado é o que queremos dizer com compreensão empática correta.
  • Os conselheiros que falam muito podem dar bons conselhos, mas estes raramente são ouvidos e terão ainda menos probabilidade de serem seguidos.
  • Toda vez que lhe pedirem conselhos ou sentir-se inclinado a aconselhar, certifique-se de que conhece bem a situação. Você tem suficiente informação e perícia para aconselhar outrem? Pergunte a si mesmo quais poderiam ser os resultados de seus conselhos.
  • Cada aconselhado é único — com problemas, atitudes, valores, expectativas e experiências peculiares.
  • Sem levar em conta quão eficaz possa ser a hora de aconselhamento, sua influência pode ser diminuída se o aconselhado sair da sessão e esquecer-se ou ignorar o que aprendeu. A fim de enfrentar este problema, muitos conselheiros dão tarefa de casa — projetos destinados a fortalecer, expandir e estender o processo de aconselhamento para além do período que o aconselhado passa com o conselheiro.
  • Neste ponto o envolvimento conselheiro-aconselhado deixa de ser uma relação de ajuda profissional. Isto nem sempre é negativo, mas os amigos também nem sempre são os melhores conselheiros.
  • Desde que na verdade os aconselhados só podem provavelmente assimilar um ou dois pontos principais em cada entrevista, o aconselhamento deve
    ser compassado, mesmo que isto signifique reuniões mais
    curtas e mais freqüentes. 
  • Aspessoas compassivas não conseguem, com freqüência, evitar o envolvimento emocional, mas o conselheiro cristão pode evitar esta tendência considerando o aconselhamento como uma relação de ajuda profissional, claramente limitada em seus termos, tais como duração das entrevistas, número de sessões, resistência ao toque, etc.
  • Alguns aconselhados têm o desejo consciente ou inconsciente de manipular, frustrar, ou não colaborar.
  • Os indivíduos que tentam manipular seu conselheiro quase sempre fizeram da manipulação um modo de vida.
  • É sábio perguntar-se continuamente:
  • 􏰀  "Estou sendo manipulado?" 
  • 􏰀  "Será que tenho ultrapassado minhas responsabilidades
    como conselheiro?" 
  • 􏰀  "O que este aconselhado deseja realmente?" 
  • Quando você suspeitar desse tipo de desonestidade e manipulação, é prudente conversar a respeito com o aconselhado, esperar uma negativa da parte dele, e depois estruturar o aconselhamento de modo a impedir manipulação e exploração do conselheiro no futuro.
  • A resistência é uma força poderosa que quase sempre exige aconselhamento profissional em profundidade. Quando os conselheiros começam a trabalhar, as defesas psicológicas do aconselhado são ameaçadas e isto leva à ansiedade, à ira e a uma atitude de não-colaboração por vezes inconsciente. Quando o paciente é relativamente bem ajustado esta resistência pode ser discutida com brandura e franqueza. Permita que ele ou ela saiba que é responsável (e não o conselheiro) pelo resultado final do processo, obtendo ou não melhora.
  • Quando esses indivíduos possuem um estilo de vida similar (ambiente semelhante), e especialmente quando são do sexo oposto, os sentimentos calorosos quase sempre incluem um componente sexual. Esta atração sexual entre conselheiro e aconselhado foi chamada de "problema ignorado pelos clérigos".
  • Finalmente, tenha cuidado em não cair na perigosa armadilha de pensar: "Isso acontece com outros, mas jamais aconteceria comigo"
  • Servimos a um Deus que perdoa, embora as cicatrizes — na forma de uma reputação arruinada ou um insucesso no casamento, por exemplo — possam durar a vida inteira. Se confessarmos qualquer pecado recebemos perdão, mas temos depois a obrigação de modificar daí por diante nosso comportamento a fim de fazê-lo mais coerente com as Escrituras.
  • Se o aconselhado tornar-se uma séria ameaça para o casamento do conselheiro, é provável que já existam problemas na união antes do aconselhado entrar em cena.
  • 0 conselheiro tem a obrigação de manter em segredo as informações confidenciais, a não ser quando haja risco para o bem-estar do aconselhado ou de outra pessoa.
  • ....temos necessidade de férias - períodos regulares, distantes das pessoas exigentes, necessitadas. Jesus fez isto e nós também devemos fazê-lo se quisermos continuar sendo ajudadores eficientes e capazes.
  • ....será muito útil compartilharmos nosso fardo, encorajando outros crentes a serem conselheiros leigos e ajudadores. O líder da igreja ou outro conselheiro cristão que tenta ajudar a todos sozinho está se preparando para um fracasso ou eventual "queima".
  • O conselheiro precisa encontrar equilíbrio nas suas atividades, tempo para descansar ou divertir-se, e oportunidade para rir.
  • ...durante a crise, ele talvez desenvolva novas respostas socialmente inaceitáveis e que tratem das dificuldades através da evasão, fantasia irracional, manipulações ou regressão e alienação - sendo que tudo isso aumenta a probabilidade dele vir a tratar também desa- justadamente as futuras dificuldades. Em outras palavras, o novo padrão por ele desenvolvido para enfrentar as crises torna-se daí por diante uma parte integral de seu re- pertório de respostas à solução de problemas e aumenta a possibilidade de vir a tratar dos riscos futuros com maior ou menor objetividade. 
  • Viver é passar por crises. Experimentar crises é enfrentar pontos críticos que trarão seja crescimento e maturação, ou declínio e imaturidade contínua. O conselheiro cristão está numa posição vital para influenciar a direção que as soluções para a crise vão tomar.
  • ....mas pegar as mãos de uma pessoa em crise ou colocar os braços à sua volta é geralmente desencorajado no aconselhamento. 
  • Ajude o aconselhado a decidir quais as questões específicas que devem ser enfrentadas e os problemas a serem resolvidos. Tente focalizar a situação como se apresenta no momento e não naquilo que poderá acontecer no futuro.
  • Com gentileza, mas firmemente, o conselheiro deve ajudar o aconselhado a fazer planos e, se necessário, pensar em melhores alternativas quando um plano anterior tiver falhado. Certo escritor sugeriu que "a regra de ouro para o terapeuta envolvido numa intervenção em período de crise, é fazer pelos outros aquilo que eles não podem fazer por si mesmos e nada mais!"
  • A esperança nos ajuda a evitar o desespero e liberta a energia para enfrentar a situação de crise.





terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

DÉCADA PERDIDA - Marco Antonio Villa


- Propaganda à parte, seu primeiro mandato consistiu numa Presidência pobre em ideias e vulgar nos discursos. O Legislativo — depois da crise do mensalão— fora domado, transformado em correia de transmissão dos interesses do governo, recebendo, claro, o devido pagamento. Os partidos perderam qualquer caráter ideológico. E ele, só ele, fez política. Política pobre em conceitos valores, recheada de metáforas do cotidiano — especialmente do “seu” cotidiano. Lula transformou o senso comum em filosofia. Em vez de um líder político, virou um animador de auditórios. Desprezou o passado. Para o lulismo a história é sempre o presente.
- São anos marcados pela hipocrisia. Não há mais ideologia. Longe disso. Disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido. O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação. É uma República bufa, uma República petista.
- Se, em seus dois governos, Lula possibilitara o maior lucro da história dos bancos brasileiros e transferira bilhões de reais para os empreendimentos do grande capital, agora fazia questão de elaborar uma fantasia de estatista para sua candidata.
- O presidente deu novo sentido histórico às velhas oligarquias estaduais, acobertou casos de corrupção, transformou o PT em simples correia de transmissão de sua vontade pessoal, infantilizou a política e privatizou o Estado em proveito do grande capital e de seus aliados.
- Com este desempenho medíocre, Dilma se igualava aos dois piores governos da República em termos de crescimento econômico: o de Floriano Peixoto, que enfrentara duas guerras civis, e o de Fernando Collor
- A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, foi recebida como um conto de fadas. O país estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário.
Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois, aos 27 anos de idade, dera adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, durante trinta anos, de 1972 a 2002, entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior: encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido.
- A repetição sistemática de que em São Bernardo fora gestada uma ruptura acabou ganhando foro de verdade científica, indiscutível. Lula tinha de negar e desqualifcar a história para surgir como uma espécie de “esperado”, o “ungido”. Não podia, por si só, realizar esta tarefa. Para isso, contou com o apoio entusiástico dos intelectuais, ironicamente, ele que sempre desdenhou do conhecimento, da leitura e da reflexão. E muitos desses intelectuais que construíram o mito acabariam rompendo com o PT depois de 2003, quando criatura adquiriu vida própria e se revoltou contra os criadores.
- A vontade pessoal, fortalecida pelo culto da personalidade, transformou-s em obsessão. O processo se agravaria ainda mais após a vitória de 2002. Afinal não só o Brasil, mas o mundo se curvava frente ao presidente operário. Seus defeitos foram ainda mais tornados qualidades. Qualquer crítica virou um crime de lesa-majestade. O desejo de eliminar as vozes discordantes acabaria como política de Estado. Quem não louvava o presidente era considerado um inimigo.
- Os conservadores brasileiros — conservadores não no sentido político, mas como defensores da manutenção de privilégios antirrepublicanos — logo entenderam o funcionamento da personalidade do presidente. Começaram a louvar suas realizações, suas palavras, seus mínimos gestos. Enfim, o que presidente falava ou agia passara a ser considerado algo genial. Não é preciso dizer que Lula transformou os antigos “picaretas” do Congresso em aliados incondicionais. Afinal, eles reconheciam publicamente seus feitos, suas qualidades. E mereceram benesses como nunca tiveram em outros governos.
- O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A “novidade” daria vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar, nos últimos cinquenta anos, um período tão longo em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como o de agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus estados em domínios familiares perpétuos. O Bolsa Família caiu como um luva, soldando o novo tipo de coronelismo petista. Se as 14 milhões de famílias do programa identificam em Lula a razão do recebimento do benefício, sabem que, para serem cadastradas e mantidas no Bolsa Família, dependem do chefe local. E os governichos criminosos, recordando antiga expressão da República Velha, permanecem dominando milhões de pré-cidadãos.
- O partido aparelhou o Estado. Não só pelos seus 23 mil cargos de nomeação direta. Fez mais. Transformou as empresas e bancos estatais, e seus poderosos fundos de pensão, em instrumentos para o PT e toda sua ampla clientela. Estabeleceu uma rede de controle e privilégios nunca vista na nossa história. Em um país invertebrado, o partido desmantelou o que havia de organizado através da cooptação estatal. Foram distribuídos milhões de reais para sindicatos, associações, ONGs, intelectuais, jornalistas chapa-branca, criando assim uma rede de proteção aos desmandos do governo: são os tonton-macoute.
- A política externa amarrou o destino do Brasil a um terceiro-mundismo absolutamente fora de época. Nos fóruns internacionais, o país se transformou em aliado preferencial das ditaduras e adversário contumaz dos Estados Unidos. Abandonamos o estabelecimento de acordos bilaterais para fomentar o comércio. Enquanto o eixo dinâmico do capitalismo foi se transferindo para a região Ásia-Pacífico, o Brasil aprofundou ainda mais sua relação com Mercosul. Em vez de buscar novas parcerias, optamos por transformar o governos bolivarianos em aliados incondicionais.
- O movimento sindical foi apresado pelo governo. Os novos pelegos controlam com mão de ferro “seus” sindicatos. Recebem repasses milionários sem ter de prestar contas a nenhum organismo independente. Não vai causar estranheza se o Congresso — nesta escalada de reconhecer novas profissões — instituir a de sindicalista. A maioria dos dirigentes passou rapidamente pela fábrica ou escritório e está há décadas “servindo” os trabalhadores. Ser sindicalista virou um instrumento de ascensão social. E caminho para alçar altos voos na política.
- Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que — enquanto a economia permitir — satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com um política de cofres abertos, em que tudo pode, bastando ser amigo do rei.
- O PT aprofundou o processo de desmoralização da política. Lula foi o principal artífice em desqualificar as graves acusações de corrupção que pesaram sobre seu governo ou de seus aliados. Chancelou, com sua pretensa autoridade moral, diversos crimes contra o erário. Colaborou para afastar da política os cidadãos sinceramente interessados no bem público, especialmente os mais jovens.
- A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,9%, em 2012. Foi uma década perdida — para o país. Perdemos um momento único na história recente do capitalismo. A bonança chinesa, a mudança do eixo dinâmico capitalista da economia atlântica para a região Ásia-Pacífico, a alta das commodities, a ascensão dos países emergentes, a eficiência de padrão internacional de vários setores da economia nacional — tudo conspirou a favor, para que déssemos um grande salto e enfrentássemos desafios em outro patamar. Mas o PT não tinha projeto para o país. Nunca se interessou em planejar o médio e longo prazo. O que possuía era um mero projeto de poder, de tomar o Estado e transformá-lo numa correia de transmissão para seus interesses partidários. E conseguiu.