“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” I COR 15.19
A declaração bombástica do Pr. Ricardo Gondin acerca da volta de Cristo está na ordem do dia. A policia da sagrada ortodoxia agradece, visto que agora eles tem alguém para crucificar ou no mínimo queimar em praça publica.
Antes de mais nada preciso afirmar categoricamente - Não concordo com a tese do Pr. Ricardo. A idéia de um horizonte utópico para mim nada mais é do que a “teologia do faz de conta”, mais uma invencionice do liberalismo teológico que é recebido por muitos como a ultima coca-cola no deserto.
Ja tive a oportunidade de ler alguns textos de Moltmann e acredito que vale a pena parar para ler algumas das propostas apresentadas por ele na sua cristologia, no entanto quando falo de parar para prestar atenção ao que ele diz, não estou falando necessariamente de abraçar tal teologia. O exercício teológico é necessário e saudável mas sem espirito critico pode ser absolutamente danoso e este é o caso do nosso querido Pr. Ricardo Gondin.
Sinceramente confesso que não consigo entender o posicionamento deste querido pastor. Veja, não são questões corriqueiras que estão sendo discutidas (Predestinação, Livre-arbítrio, Calvinismo, arminianismo, Batismo como segunda benção e outras questões que fazem a diversão dos estudantes de teologia). Na verdade, os fundamentos da fé cristã estão sendo colocados em xeque: Soberania de Deus e agora a volta de Jesus Cristo em Gloria. Dizer que Deus não é soberano ja foi um chute na canela e agora temos que aguentar este murro no estômago - A volta de Cristo apenas como uma utopia.
Percebo nisto tudo que o querido pastor Ricardo enveredou de vez no caminho do pos-modernismo que propõe uma absoluta desconstrução de conceitos e valores. A questão que levanto é a seguinte - o que será construído no lugar do prédio que foi derrubado? A resposta? Nada! O resultado disto? Desespero. A doutrina da soberania nos traz paz, descanso, segurança - “E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?” Lucas 6.28-30. Ai vem o teísmo aberto e diz - “Deus não é soberano, ele está presente na historia”. E agora? Tenho que me virar, porque Deus não ja pode intervir na minha historia _ Estou perdido!
A doutrina da segunda vinda de Cristo alimenta a nossa esperança, na ceia proclamamos - “Ate que ele venha”. Ai vem os defensores da teologia da esperança proclamando uma “esperança” pra lá de estranha - a volta utópica, ou seja a volta não vai acontecer, pois se ela acontecer deixará de ser utópica, ou seja, “faz de conta que Ele vai voltar”. O que fica então? Nada. Novamente o desespero e nas palavras de Paulo a mais absoluta miserabilidade, uma vez que passamos a esperar em Cristo somente nesta existência.
Afinal, que boa nova é esta que traz desespero, duvida e insegurança? O evangelho da graça traz paz, alivio, segurança, esperança e certezas. Com certeza este não é mais o evangelho pregado pelo Pr. Ricardo.
Agora, um recado para os apologistas da fé. Não contem comigo para nada. Não vou ajudar a queimar ninguém na fogueira e nem tampouco vou ajudar nessa nova caça as bruxas. Não comungo com as posições do querido Pr. Gondin, no entanto, continuo respeitando a pessoa dele como homem de Deus que abençoou muito esta nação. E para dizer de forma mais clara - Não quero me aliar aos doutores da lei versão 2.0, porque percebo a falta de ternura, a ausência da graça em suas falas e em seus escritos. Deus me livre de me tornar uma coisa dessas.
Deus me livre da insensatez do Pr. Ricardo
Deus me livre da hipocrisia e da dureza dos apologéticos.
Beijo no coração.
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