Domingo passado Tive a oportunidade de ministrar na igreja que sirvo como pastor acerca da revolução da graça de Deus ocorrida na cidade de Ninive. Naquela noite pude compartilhar algumas verdades sobre Jonas, o profeta mau humorado da bíblia. Por que mau humorado? Porque ele não compreendia a graça e a misericórdia. A única coisa que ele entendia era a mensagem exclusivista da sua religião.
A graça não é exclusivista. A bíblia diz que a graça se manifestou salvadora a todos os homens. O elemento da totalidade aqui aponta para o carácter universal da graça. A graça se manifestou salvadora a todos - não há aqui nenhuma exclusão, a graça não exclui.
Enquanto a graça é para todos, a religião oferece seu produto para alguns, a saber, os moralmente correctos, os conservadores da tradição, os que possuem pedigree religioso. Jonas era um exemplo do religioso que não consegue enxergar a miséria alheia, a única coisa que percebia era a perversidade de um povo digno da condenação. Nisto ele estava certo, aquele povo merecia o juízo, a condenação, assim como eu e você. Mas é neste momento que entra a graça e quando a graça entra em cena, até quem não é digno de perdão, acaba perdoado.
Jonas se perde na mensagem da graça. Ele é um expert na mensagem condenatória, afinal condenar sempre é mais fácil. Mas a graça revela que o caminho do perdão embora difícil é o mesmo caminho que leva a restauração. Foi nesta restauração que os Ninivitas foram alcançados. O livro de Jonas termina com Ninive celebrando a graça e consequentemente sua restauração. E Jonas? Onde esta o profeta? Ninguém sabe. Quem sabe ele continuou assim, perdido na mensagem da graça, sem entender nada.
Temo desenvolver na minha vida a síndrome de Jonas. Por causa desta síndrome, o religioso tem sempre um olhar critico, condenatório. Por causa desta síndrome, pregar uma mensagem de condenação é mais fácil e cómodo. Confesso que as vezes sinto alguns sintomas desta síndrome no meu ministério. Quando isso acontece? Quando penso que a minha maravilhosa ortodoxia me faz merecedor, quando acho que os outros estão em apuros por que não pensam como eu penso. Alguém deve estar pensando que estou tentando relativizar as coisas, ou então tentando dar um carácter universalista a minha pregação. Você é livre para pensar o que quiser. O que importa para mim neste momento é trilhar o belo caminho de restauração que a graça abriu para todos nós.
Terminei a ministracao de domingo conclamando a igreja a deflagrar nesta semana uma verdadeira revolução do amor. Uma revolução da graça e do amor mudou o destino de Ninive. Uma revolução da graça e do amor pode mudar os rumos da nossa cidade. A revolução acontece quando nos dispomos a amar, quando enxergamos a miséria do outro a partir da nossa própria, quando trocamos o discurso religioso da condenação pelas acções que demonstram graça e perdão. Será que isso é fácil? Claro que não. Mais uma vez preciso dizer é mais fácil pregar a condenação do que proclamar a graça. Graça existe doação. Fácil não é, mas vale a pena. Valeu a pena para Ninive.
Vamos embarcar juntos nesta revolução ?
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