Realmente não gosto de livros que reúne vários autores. No livro “A Igreja na cultura emergente” cinco autores apresentam seus pontos vistas acerca da discussão originada por Richard Niebuhr em seu texto clássico Cristo e Cultura.
O livro chega a se tornar confuso quando um autor “entra” no capitulo do outro fazendo pequenos comentários.
Os dois últimos capítulos salvam literalmente a obra. Brian Mclarem e Erwin Raphael McManus entram no debate “arrebentando”. Depois de ler os dois utlimos capitulo senti-me desafiado como ministro da palavra e servo de uma comunidade a trabalhar numa cultura que não é minha inimiga nem tampouco minha amiga mas apenas o contexto que cumpro o meu chamado.
Com vocês, minhas notas de leitura -
- Para o cristão, é logic, os tempos de mudança de paradigma não nos levam de volta a estaca zero, mas de volta as origens. Ja passou a hora de fazermos uma avaliação original da relação entre Cristo e a cultura - não começando do zero, mas começando das origens. A verdadeira originalidade esta em voltar as raízes, não esta em alterar doutrinas, mas em voltar as origens da fé e deixar que a velha floresta volte a florescer.
- Simone Weil, na melhor definição de cultura que ja se apresentou, disse: O que é cultura? É a formação da atenção.
- A igreja pode se opor a pecaminosidade do mundo, mas a própria igreja existe para pecadores, não para santos.
- ...os evangelhos com suas historias, mais do que as epistolas com suas doutrinas, é o habitat da cultura emergente.
- todas as controvérsias teológicas devem ser vistas como simples pretextos para disputas por poder e autoridade.
- A pos-modernidade é na realidade, o produto da prosperidade. É a maneira pela qual a modernidade, cuja infra-estrutura é o maior motor da produtividade ja inventado e que em pleno vigor, gasta o seu dinheiro.
- A pos-modernidade é certamente resultado da prosperidade mas também produto da decepção da modernidade com suas grandiosas promessas.
- A mega igreja também depende das denominações, da mesma forma que a pos-modernidade depende da modernidade: ela se alimenta dos dividendos latentes produzidos pela educação religiosa e pelas culturas da denominações, enquanto se capitaliza com uma percepção amplamente divulgada da desilusão com essas mesmas instituições.
- E o nosso desejo não é ser uma igreja pos-moderna. Falando por mim meu desejo é servir a Deus fazendo discípulos de Jesus em uma comunidade autentica , para beneficio do mundo - o mundo que Deus ama. Fazer criticas ao status quo é muito mais fácil do que tentar implantar e pastorear um tipo diferente de igreja e tentar alteras esse status quo.
- Mas será que a pos-modernidade, a medida que ela, na verdade, desponta, é uma melhor alternativa? Ao menos a modernidade enviou o homem para a lua - a pos-modernidade foi capaz de apenas construir um shopping.
- E se, as igrejas não fossem lanchonetes a distribuir serviços religiosos como mais uma loja na praça de alimentação pos-moderna, mas caravanas viajando através da cultura em direção a outro destino, um destino melhor, equipadas com os recursos necessários para tornar a vida humana digna de ser vivida e prazeirosa em meio a uma difícil jornada?
- Pois na comunhao literalmente consumimos o mais básico dos bens, comida e bebida, esse consumo é elevado a Cristo. O pão e o cálice da comunhão estão o mais longe possível de um mclanche feliz.
- A mesa da ceia nivela todos com recursos económicos diversos - pobre e rico recebem a mesma porção. Ela faz desaparecer o nosso paladar cuidadosamente cultivado - não ha cardápio, nem uma lista de opções, não ha uma hierarquia de produtos do tipo bom, melhor e melhor de todos.
- As escrituras, porem, nos advertem de que não basta entender a fé. Ate mesmo os demónios possuem uma compreensão teológica adequada. A questão muito mais premente, na minha opinião, é se existem comunidades capazes de receber e encarnar o evangelho. E essa é uma questão de pratica e não de fé.
- O culto de uma mente aberta não é um sinal de maturidade, mas de imaturidade.
- Não podemos verdadeiramente falar do evangelho sem contarmos uma historia. A nossa mensagem é no fundo uma historia.
- A historia do evangelho com muitas versões, muitas facetas, muitas camadas, mas sempre centrada em Cristo deve então extrair, de seus próprios recursos, novas maneiras de lidar com essa nova situação.
- Não exibimos o nosso respeito ou lealdade aos nossos pais e mães na fé simplesmente ao repetir suas palavras. Em vez disso, avançamos quando imitamos seus exemplos, fazendo o que eles fizeram: trazer recursos da historia do evangelho para fazer frente as novas situações que se apresentam a nós hoje, situações que fluíram em parte por causa do sucesso do evangelho ao corroer o status quo do passado repetidas vezes.
- Isso também significa que em cada contexto sábios cristãos devem se perguntar o que o Espirito esta dizendo para e através das igrejas.
- Talvez aqueles entre nos que pensem que permanecemos conectados a vide ao repetirmos antigas formulações devessem repensar e relembrar as palavras de Jesus para aqueles que disseram - Senhor, Senhor.
- A cultura é, em geral, sobre como as pessoas socializam-se, como nos reunimos, ou mais precisamente, o que nos mantém juntos.
- Para falarmos de cultura, devemos deixar de falar sobre quem nós somos e falar de quem nós estamos nos tornando.
- Toda vez que a igreja assume o papel de uma instituição comprometida em proteger seu próprio universo da cultura emergente, reduzimos o impacto para uma gota no balde. É trágico o suficiente quando a igreja renuncia seu lugar a perigosa margem da correnteza pela segurança do balde. A igreja foi feita para ser uma intricada parte do rio e para estar no mínimo nos meio das aguas turbulentas.
- A separação pretendida para a nossa santificacao assegura o nosso isolamento.
- Da mesma forma que o mana dos céus, as nossas expressões de fé precisam ser frescas e doadoras de vida. Ate mesmo o mana dos céus vinha com uma data de validade. Muitas das nossas expressões de fé estão desactualizadas não porque sejam antigas, mas porque são antiquadas.
- Quando uma igreja começa a trabalhar em direção a relevância, admite que, de algum modo ela foi esquecida.
- Tornar-se relevante é emparelhar-se com o tempo na historia que voce foi designado a servir. Relevância não tem nada a ver com conformidade, tem a ver com clareza e conectividade.
- Relevância não é ter todos concordando com voce. É falar da verdade de Cristo honesta e crivelmente para a vida de algumas pessoas.
- A nossa intenção não simplesmente nos relacionar com a cultura, mas criar cultura.
- A relevância tem a ver, por sua vez, com adoptar o principio de que temos de valorizar a ovelha perdida mais do que as 99 que ja foram encontradas.
- O engajamento relevante da cultura, quando nascido do coração de Deus, tem menos a ver com marketing e mais a vez com paixão.
- Parece que amamos e filosofias complicadas, mas as escrituras nos lembram de que a simplicidade é eterna.
- Devemos ouvir o que Deus esta dizendo acima do que estamos dizendo sobre o que Deus esta dizendo.
- Não é nossa intenção encontrar um lugar melhor no passado para a igreja futura. É nossa intenção encontrar um melhor lugar no futuro para a antiga igreja.
- Será que superestimamos a eficiência dos métodos, programas e estruturas e subestimamos a essência transformadora da fé, do amor e da esperança?
- É muito mais importante transformar as paixões de uma pessoa do que as suas crenças.
- Deveríamos desistir de nosso papel como preservacionistas - a igreja nunca foi planejada para a ser a versão judaica da mumificação de Deus. Deus não esta perdido no passado, ele esta ativo no presente. . O nosso mandato é continuar a revolução que Jesus Cristo começou ha dois mil anos.
- O poder do evangelho é o resultado de uma pessoa - Jesus Cristo - e não de uma mensagem.
- Em outras palavras, conhecer a Biblia não é necessariamente conhecer a Deus. A informação não nos salva nem nos transforma.
- É para essa tensão que Deus nos chama - uma intersecção de cultura e comunicação. Um ministério encarnacional dessa magnitude pode ser realizado, bem realizado, e honrar e glorificar a Deus. Jesus ja realizou algo assim - a palavra de Deus tornou-se carne entre nós. O Deus da criação tornou-se um carpinteiro judeu. Ele estava na cultura, era parte da cultura transformava a cultura, criava a cultura. Através da igreja ele continua essa jornada hoje.
- A cultura não é nossa inimiga nem nossa amiga - é simplesmente o nosso contexto.
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